Economia

Bancários de São Paulo aceitam proposta e encerram greve

Os bancários de São Paulo, Osasco e região aprovaram nesta segunda-feira, 6, o fim da greve, após a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) aumentar a proposta de reajuste salarial e garantir aumentos superiores aos do ano passado. Ainda não há informações sobre o posicionamento da categoria em âmbito nacional, mas o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região é o maior da categoria, representando mais de 142 mil trabalhadores.

Na noite da sexta-feira, a Fenaban apresentou uma proposta de reajuste para salários, gratificações e outras verbas de 8,5%, com ganho acima da inflação de 2,02%. Para o piso da categoria, o aumento será de 9,0%, superando a inflação em 2,49%. Os valores serão pagos de modo retroativos a primeiro de setembro, que é a data-base para a categoria renegociar os contratos de trabalho. Esse é o maior ganho real não escalonado desde 1995, segundo informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Em 11 anos, a categoria acumula aumento real de 20,7%, e de 42,1% para o piso da categoria.

A greve foi aprovada na noite de 29 de setembro. Entre as reivindicações da categoria estavam reajuste salarial de 12,5%, com a recomposição da inflação medida pelo INPC e aumento real de 5,8%, elevando o piso salarial a R$ 2.979,25. No ano passado, os bancários promoveram uma greve nacional de 23 dias, e a categoria somente retomou as atividades após um reajuste de 8%, o que representou um ganho real de 1,82%.

Também estavam na pauta deste ano pontos como 14º salário, participação nos lucros e vales-alimentação e refeição. A Fenaban propôs um reajuste de 12,2% no vale-refeição, para R$ 26,00 ao dia, e de 8,5% na parcela fixa da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), cuja regra agora será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.838, com teto em R$ 9.860. Também está prevista uma distribuição adicional de 2,2% do lucro líquido, dividida igualmente entre todos os funcionários, com o teto em R$ 3.676.

Os bancários ainda pediam o fim de metas consideradas abusivas. O acordo entre a categoria e a Fenaban proibirá a cobrança de metas não somente por SMS, mas também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.

Para compensar os dias parados por conta da greve nacional, a Fenaban propôs a compensação de uma hora por dia entre 15 de outubro e 31 de outubro, para quem trabalha seis horas por dia. Para funcionários com carga horária de oito horas por dia, a compensação ocorrerá entre 15 de outubro e 7 de novembro.

Durante o fim de semana, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) orientou por ampla maioria os bancários a aceitarem as propostas nas assembleias desta segunda-feira ao redor do País. A campanha de reajuste salarial teve nove rodadas de negociações.

Os bancos públicos apresentaram propostas específicas, também aprovadas na assembleia desta segunda-feira. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal se comprometeram, entre outros itens, a contratar mais dois mil empregados até o fim do próximo ano. A Caixa irá reajustar toda a tabela salarial em 9%, e o Banco do Brasil propôs aumento de 9% no piso e na carreira de antiguidade, mas ofereceu um reajuste de 8,5% para o valor de referência.

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