O conglomerado BMG voltou a liderar, no mês de agosto, a lista das instituições com maior volume de reclamações no Banco Central, entre as que têm pelo menos 2 milhões de clientes. Este é o segundo mês em que a autarquia trabalha com uma nova elaboração do ranking e, desde então, o BMG fica no topo do rol.
Apesar de ter sido a mais criticada, o índice do banco recuou de 40,30 pontos em julho para 36,13 pontos no mês passado. Conforme o BC, foram feitas 87 queixas consideradas procedentes contra o conglomerado, que conta com pouco mais de 2,4 milhões de clientes, no período.
A concessão de crédito consignado sem a formalização do título adequado foi apontada por 17 consumidores como um problema. Esse foi o item alvo do maior número de reclamações da instituição bancária. A segunda maior quantidade de queixas (14) foi em relação à restrição de realização de portabilidade de operações de crédito consignado relativas a pessoas naturais por recusa injustificada. Já 11 pessoas declararam insatisfação com a resposta recebida do BMG referente à reclamação registrada no BC.
Na segunda posição ficou o Mercantil do Brasil, que possui quase 2,1 milhões de clientes. Em agosto, o índice da instituição foi de 10,51 pontos, relativo a 22 reclamações consideradas procedentes. A maior quantidade de críticas (12) foi referente à restrição ao fazer portabilidade de operações de crédito consignado.
O Santander baixou uma posição de julho para agosto e agora está em terceiro lugar no ranking, ao registrar índice de 10,25 pontos. Foram 317 críticas consideradas procedentes pelo BC no mês passado para o conglomerado, que reúne 30,9 milhões de correntistas. A maior quantidade delas (72) foi em relação a débitos em conta de depósito não autorizados pelo cliente.
Na quarta posição ficou o conglomerado Banrisul, com índice de 7,87 pontos, 30 queixas e 3,8 milhões de clientes – o banco que tem sede no Sul do País estava na terceira colocação em julho. Também a questão da restrição da portabilidade foi a que recebeu maior volume de reclamações de usuários (10) no mês passado.
O conglomerado HSBC figurou em quinto lugar – também um abaixo do levantamento anterior, com índice de 7,08 pontos. Foram 73 críticas avaliadas como procedentes para o grupo que possui 10,3 milhões de correntistas. A cobrança irregular de tarifa por serviços não contratados foi apontada por 10 críticos. Da sexta à décima posição do ranking do BC estão: Caixa Econômica Federal, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Votorantim.
A lista é obtida com base nas reclamações do público que são registradas no BC e que têm relação com assuntos regulados pela instituição. Até junho, os bancos estavam divididos entre os que tinham mais ou menos de 1 milhão de clientes. Pela nova metodologia, a separação considera a quantidade de 2 milhões de clientes. O BC agora também passa a incluir financeiras na lista.
Outra mudança na elaboração do ranking foi a ampliação da base de clientes de cada instituição ou conglomerado. Até então, apenas os clientes que faziam operações de depósitos com cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) eram contabilizados. Agora, outras operações de depósitos também podem entrar na apuração, como as de consumidores que fazem empréstimos ou investimentos em um banco mesmo sem ter conta na casa. O índice é formado a partir do volume das reclamações, que é dividido pelo número de clientes e multiplicado por 1 milhão. Antes, a multiplicação era por 100 mil.