Economia

FGV eleva projeção do IPC-S de setembro para 0,50%

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, elevou nesta terça-feira, 16, de 0,30% para 0,50%, a previsão para o indicador de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do encerramento de setembro. Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele afirmou que a revisão na projeção foi motivada pela surpresa com uma aceleração disseminada que foi vista no índice da segunda quadrissemana do mês ante o cenário da primeira leitura de setembro.

Nesta terça, a FGV divulgou que o IPC-S apresentou taxa de 0,39% na segunda quadrissemana do mês. O resultado foi 0,18 ponto porcentual superior ao de 0,21% da primeira medição do setembro. Conforme a instituição, todos os grupos pesquisados tiveram aceleração, entre eles o de Transportes, cuja alta passou de 0,03% para 0,28%; Alimentação (de 0,29% para 0,43%); Educação, Leitura e Recreação (de 0,22% para 0,64%); e Habitação (de 0,35% para 0,46%).

“Há um componente de aceleração que eu não estava prevendo”, disse Picchetti, para quem é preciso ainda monitorar o comportamento do IPC-S nas próximas medições para avaliar se o cenário pode ou não trazer altas mais intensas no índice. “A aceleração veio meio que disseminada”, avaliou.

Entre os itens que chamaram a atenção na segunda quadrissemana, o coordenador do IPC-S citou, por exemplo, o etanol e a gasolina, que, juntos, responderam por 0,03 ponto porcentual da aceleração da taxa geral de inflação. Entre a primeira e a segunda quadrissemana de setembro, o combustível derivado da cana de açúcar saiu de uma queda de 0,05% para uma elevação de 0,96%. A gasolina, por sua vez, saiu de baixa de 0,31% para aumento de 0,46%.

Também mereceram o destaque de Picchetti os itens Refeições em bares e restaurantes, cuja variação positiva passou de 0,32% para 0,50%; Pacotes de telefonia fixa (de 1,23% para 3,06%); carnes bovinas (de 1,08% para 1,91%), show musical (0,36% para 2,35%); e tarifa de eletricidade residencial (0,23% para 0,99%). Mesmo a baixa no preço da batata-inglesa, de 2,24%, foi menor do que a de 2,43% da primeira quadrissemana e também acabou gerando para o IPC-S um efeito estatístico de aceleração.

“O tomate até intensificou a queda no período (de 5,85% para 14,62%)”, salientou o coordenador do IPC-S. “Mas o item ficou sozinho entre os que geraram alívio para a inflação”, acrescentou.

Numa outra classificação de grupos feita por Picchetti, chamou a atenção o de Serviços, que abriga, entre outros itens, os de refeições e show musical. Entre a primeira e a segunda quadrissemana de setembro, a alta do conjunto de preços passou de 0,40% para 0,84%.

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