Com uma campanha perfeita, com 11 vitórias em 11 jogos, o Bayern de Munique faturou neste domingo o título da Liga dos Campeões da Europa pela sexta vez em sua história. A conquista veio com um triunfo sobre o Paris Saint-Germain, de Neymar, por 1 a 0, no estádio da Luz, em Lisboa, onde as fases decisivas da competição europeia foram disputadas depois da paralisação do futebol provocada pela pandemia do novo coronavírus.
O gol do título, por ironia do destino, foi marcado pelo atacante francês Kingsley Coman, aos 13 minutos do segundo tempo, que passou todas as categorias de base no Paris Saint-Germain e mais alguns jogos como profissional antes de sair para a Juventus em 2014.
A decisão deste domingo foi a primeira de Neymar como jogador do Paris Saint-Germain. Contratado em 2017 para levar o time francês ao topo da Europa, ele já havia falhado nas duas temporadas anteriores, quando não conseguiu nem jogar as oitavas de final por estar machucado. Desta vez, chegou mais perto com a ajuda de companheiros de ataque como o francês Mbappé e o argentino Di María, mas não passou pelo último obstáculo.
O problema para o PSG foi que essa última barreira era um time que só ganhou na Liga dos Campeões. Nas 11 vitórias nas 11 partidas que fez, o Bayern de Munique fez 43 gols e só sofreu oito. Teve o polonês Robert Lewandowski como grande destaque e artilheiro com 15 gols, o que o credencia agora como o maior favorito ao prêmio de melhor do mundo de 2020 dado pelo Fifa.
O JOGO – Em campo, apesar de ser uma final, as duas equipes não tiveram medo e com toques rápidos buscavam chegar ao ataque. O Bayern de Munique ficou mais com a bola nos pés e Paris Saint-Germain preferiu explorar os contra-ataques. Em dois deles quase marcou. No primeiro, aos 17 minutos, Neymar invadiu a área pela esquerda e chutou rasteiro. Neuer defendeu com os pés e no rebote tirou para escanteio.
No segundo, aos 23 minutos, Neymar puxou o contragolpe desde o meio de campo e entregou para Di María, que tabelou com Herrera. O espanhol devolveu para o argentino, o que tirou a zaga do Bayern de Munique da jogada, e Di María chutou com o pé direito por cima do gol de Neuer.
Entre essas duas oportunidades do Paris Saint-Germain, o Bayern de Munique teve a sua chance mais clara. Aos 21 minutos, a bola chegou complicada para Lewandowski na área. De costas, o polonês dominou, girou o corpo e bateu mascado para acertar a trave direita de Navas.
Até o intervalo, cada time teve uma oportunidade. O alemão em um cabeçada de Lewandowski, aos 30 minutos, que Navas espalmou e o francês em um chute fraco de Ander Herrera, aos 44, que Neuer fez a defesa sem muitas dificuldades.
No segundo tempo, a decisão ficou mais tensa. Em menos de 10 minutos Neymar foi caçado duas vezes por Gnabry para evitar a saída rápida do Paris Saint-Germain. O resultado foi um cartão amarelo para o alemão e, na sequência, outros dois jogadores, um de cada lado, foram advertidos por uma confusão no meio de campo.
Aos 13 minutos, usando a arma do PSG, o Bayern de Munique abriu o placar após um contragolpe. Kimmich recebeu de Thomas Müller no lado direito do ataque, muito perto da área, e cruzou com perfeição para a cabeçada de Coman, que estava na segunda trave, nas costas de Kehrer, no canto esquerdo de Navas.
Em vantagem, o time alemão resolveu se fechar mais e a posse de bola ficou mais com o Paris Saint-Germain. Buscando Di María pelo lado direito, para o argentino fazer jogadas para dentro da área, os franceses quase conseguiram o empate aos 24 minutos com Marquinhos, mas o chute do brasileiro foi defendido por Neuer mais uma vez com os pés.
Por ordem do técnico Thomas Tuchel, Neymar ficou mais pelo lado esquerdo do ataque para fazer a mesma função de Di María. Sem conseguir passar pela defesa alemã e criar chances de gol, o brasileiro começou a ficar mais nervoso e frustrado e até recebeu um cartão amarelo em uma falta em Lewandowski.
Não foi só Neymar que demonstrou nervosismo pela situação. Com inteligência e tranquilidade, o Bayern de Munique valorizava cada posse de bola e deixava os jogadores do Paris Saint-Germain cada vez mais desesperados para recuperá-la. Como resultado, cartões amarelos para Thiago Silva e Kurzawa e o tempo passando.
No final, já nos acréscimos, o time francês teve uma última chance clara de empatar. Neymar recebeu a bola dentro da área, de costas, e girou batendo cruzado. Choupo-Moting não conseguiu tocar na bola e ela saiu à esquerda do gol de Neuer.
FICHA TÉCNICA
PARIS SAINT-GERMAIN 0 x 1 BAYERN DE MUNIQUE
PARIS SAINT-GERMAIN – Navas; Kehrer, Thiago Silva, Kimpembe e Bernat (Kurzawa); Marquinhos, Paredes (Verratti) e Ander Herrera (Draxler); Di María (Choupo-Moting), Neymar e Mbappé. Técnico: Thomas Tuchel.
BAYERN DE MUNIQUE – Neuer; Kimmich, Boateng (Süle), Alaba e Davies; Thiago Alcântara (Tolisso), Goretzka, Gnabry (Philippe Coutinho), Thomas Müller e Coman (Perisic); Lewandowski. Técnico: Hans-Dieter Flick.
GOL – Coman, aos 13 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Thomas Müller, Süle, Davies e Gnabry (Bayern de Munique); Kurzawa, Thiago Silva, Neymar e Paredes (Paris Saint-Germain).
ÁRBITRO – Daniele Orsato (Fifa-Itália).
RENDA E PÚBLICO – Jogo com portões fechados.
LOCAL – Estádio da Luz, em Lisboa (Portugal).