Economia

BC retira avaliação de que inflação mostra resistência

O Banco Central abandonou a avaliação de que a inflação ainda mostra resistência em decorrência da elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos 12 meses. O trecho, que constava do parágrafo 27, foi retirado da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da última reunião, divulgada nesta quinta-feira, 11. Mesmo assim, em outro trecho do documento, o BC avalia que a inflação ainda apresenta certa residência pela dinâmica do preço de serviços.

O BC reduziu as projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação, para 2014. No documento, o BC avaliou pela primeira vez que as taxas de crescimento da absorção interna e do Produto Interno Bruto (PIB) se alinharam. A avaliação do BC é de que o ritmo de expansão da atividade doméstica tende a ser menos intenso este ano, em comparação ao de 2013. No médio prazo, o Copom avalia que mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada.

Nesse cenário, o BC prevê que o consumo tende a crescer em ritmo mais moderado do que o observado em anos recentes; e os investimentos tendem a ganhar impulso.

Para o BC, o fato de a inflação atualmente se encontrar em patamares elevados reflete, em parte, a ocorrência de dois importantes processos de ajustes de preços relativos na economia: o realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e dos preços administrados em relação aos livres.

O Copom avalia que esses ajustes de preços têm impactos diretos sobre a inflação. Mas ressalta novamente confiança na capacidade da política monetária de conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes. Para o BC, os efeitos da elevação da taxa Selic sobre a inflação, em parte, ainda estão por se materializar. E diz que os efeitos da política ainda tendem a ser potencializados porque os níveis de confiança ainda estão relativamente modestos. Na reunião, o Comitê manteve a taxa Selic em 11%.

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