Opinião

Bicicletas motorizadas, um risco real nas ruas da cidade

Conforme reportagem publicada no último sábado pelo Guarulhos Hoje, adolescentes se arriscam nas ruas da cidade pilotando bicicletas motorizadas, oferecendo perigo também a motoristas e pedestres. Tudo porque esse tipo de veículo, que tem motor com menos de 50 cilindradas de potência, não é previsto pelo Código Nacional de Trânsito. A partir de uma lacuna na lei, eles se aproveitam para cometer todo tipo de irregularidades.


 


Neste caso, entra também o papel dos pais, que acabam sendo irresponsáveis ao dar a seus filhos esse tipo de brinquedo, que se torna uma verdadeira arma contra eles próprios e contra a sociedade. Geralmente, são adolescentes sem qualquer preparo para enfrentar o trânsito, com todo tipo de perigo que oferece. Para agravar o quadro, em uma cidade como Guarulhos que não oferece ciclovias, esses veículos não têm onde trafegar.


 


As bicicletas motorizadas funcionam como motonetas. Como não figuram da legislação, as autoridades de trânsito não podem autuá-las, o que lhes confere um verdadeiro salvo conduto para cometer irregularidades. É comum vê-las cruzando carros, no meio da rua, invadindo calçadas, saltando sobre os canteiros das avenidas, trafegando em vielas fechadas ao trânsito, entre outras barbaridades.


 


Os adolescentes, por sua vez, demonstram-se – em sua maioria – sem qualquer educação para o trânsito. Sobem nesses veículos de duas rodas sem capacete, por exemplo, já que não podem ser multados, uma vez que suas bicicletas não contam com placas. Nas poucas vezes que são abordados pelas autoridades, como eles mesmos contam na reportagem, limitam-se a mostrar a nota fiscal de compra, apenas para demonstrar que não se trata de fruto de um roubo ou furto.


 


Esse tipo de veículo poderia até ser útil dentro de um sistema de transportes, caso fizesse parte de um contexto maior, com vias exclusivas ou para serem utilizadas em determinadas áreas apenas com fins recreacionais. Diferente disto, devem ser enquadradas e retiradas de circulação.


 


Se um motorista  habilitado vier a colidir com uma bicicleta destas, mesmo que não cometa qualquer infração de trânsito, com certeza terá muitas dores de cabeça, principalmente no caso de vitimar o condutor. Fatalmente, responderá um processo de acordo com a gravidade do acidente, mesmo se o adolescente cortar sua frente inadvertidamente em uma via onde só deveriam trafegar veículos devidamente regulamentados.


 


Neste sentido, as autoridades devem se apressar em regularizar essa situação, proibindo sumariamente que menores de 18 anos, sem habilitação, conduzam esses brinquedinhos. Também os pais que permitem expor as vidas de seus filhos desta forma devem ser imediatamente penalizados.

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