Com as tensões entre Estados Unidos e China crescendo em diversas frentes, o presidente eleito Joe Biden tomará posse com o objetivo de alinhar as democracias ocidentais para pressionar Pequim, em postura diferente do embate solitário adotada por Trump. O presidente chinês, Xi Jinping, também tem se movimentado para aglutinar forças e está um passo à frente dos EUA, pois se dedicou nos últimos anos a trazer aliados econômicos tradicionais dos americanos para seu lado.
No centro da política de Biden para a China está o que ele chama de Cúpula das Democracias, grupo que se esforçaria para estabelecer uma alternativa ao regime autocrático de Pequim, segundo disseram assessores do presidente eleito. O tamanho do mercado chinês e sua importância para uma série de países, porém, podem dificultar a missão de Biden de convencer aliados a pressionar Pequim.
No cenário a longo prazo, a estratégia multilateralista de Biden será guiada por uma visão que ele compartilha com a administração Trump, de que a China representa um amplo desafio para a liderança econômica e política dos EUA no século 21. O presidente eleito critica Pequim por roubar tecnologia às empresas americanas, subsidiar injustamente suas empresas estatais e suprimir os direitos humanos.
Assim que assumir a Casa Branca, Biden terá de decidir se vai retirar as medidas tomadas por Trump durante o seu governo, que incluem US$ 370 bilhões em tarifas a exportações chinesas e restrições à empresas de telecomunicação, tecnologia e financeiras do país asiático. Segundo assessores, o democrata não deve retirar as medidas de imediato, e deve consultar aliados e calcular o impacto à economia americana antes de tomar uma decisão. Do lado chinês, resta saber que preço Pequim estará disposta a pagar – se estiver, de fato, disposta – para que os EUA suspenda as sanções adotadas por Trump. Fonte: Dow Jones Newswires.