Internacional

Bispos deploram escárnio na abertura das Olimpíadas; Comitê admite que extrapolou o limite

Apesar de reconhecer muita beleza nos desfile de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris no rio Sena, com delegações desportivas em 85 barcos, inúmeras quadros artísticos e exibições de artistas de todo o mundo, a Conferência dos Bispos da França apontou que deplora profundamente as “cenas de escárnio e zombaria do Cristianismo”, exibidas durante a cerimônia.

Diante de pedidos de explicações, Michaël Aloïsio, porta-voz do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Paris 2024, reagiu neste sábado, 27 de julho, com a seguinte declaração: “Assumimos que ultrapassamos o limite”.

No centro das críticas nas redes sociais está uma reprodução do quadro “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci por cerca de dez travestis.
“Pensamos em todos os cristãos de todos os continentes que foram feridos pelo ultraje e pela provocação de certas cenas”, asseguraram os bispos franceses . “Desejamos que eles compreendam que a celebração olímpica vai muito além dos preconceitos ideológicos de alguns artistas.”

O secretário-geral da CEF, padre Hugues de Woillemont, destacou a contradição entre “a inclusão demonstrada e a exclusão efetiva de certos fiéis, e que não é necessário ferir as consciências para promover a fraternidade e a sororidade”.

A CEF concluiu o seu comunicado recordando que o desporto “é uma atividade maravilhosa que encanta profundamente os corações dos atletas e dos espectadores”, e que as Olimpíadas são um “movimento ao serviço desta realidade de unidade e fraternidade humana”.

Foi com um tom de esperança, unanimemente apreciado pelos espectadores, que a cerimônia de abertura terminou com um dos pontos altos da noite: quando Céline Dion concluiu o Hino ao Amor de Edith Piaf no primeiro andar da Torre Eiffel, deixando as últimas palavras da canção ressoarem na noite parisiense: “Deus reúne aqueles que se amam”.
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