Apesar da liminar da Justiça que obriga as mulheres de policiais militares a liberar os portões de acesso aos batalhões no Espírito Santo, os bloqueios permanecem no Estado. O número de mulheres em frente aos locais é pequeno nesta quarta-feira, 15, mas as tendas e barracas seguem montadas e a promessa é de que a manifestação continue. Nesta quarta-feira, a paralisação chegou ao 12º dia.
Desde a manhã, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo circulou por quatro pontos de bloqueio em Vitória. Em todos eles havia a presença de mulheres e outros familiares de PMs. Em todos, também, elas se recusaram a dar declarações. Algumas esconderam o rosto com toalhas ou permaneceram sentadas de costas para a rua quando perceberam a presença de fotógrafos e cinegrafistas.
A mudança de postura ocorre menos de um dia após a Justiça Estadual conceder liminar obrigando as mulheres e deixarem os locais e tirarem todos os bloqueios, sob pena de multa diária de R$ 10 mil e responder por desobediência de ordem judicial. Dez delas tiveram seus nomes citados nominalmente.
Sob condição de anonimato, uma das presentes à manifestação nesta quarta afirmou que nenhum oficial de Justiça apareceu exigindo a liberação do bloqueio. Ela também disse que o grupo ficou sabendo da decisão pela imprensa.
Outra reclamou da decisão. “A gente está protestando porque não conseguimos pagar as contas, e querem cobrar R$ 10 mil por dia? Vamos tirar dinheiro de onde?”, questionou.
Enquanto os bloqueios continuam, os acessos de policiais fardados para dentro dos batalhões só é feito por via aérea. Pela manhã, um helicóptero da PM aterrissou no heliporto que fica dentro do Batalhão de Missões Especiais.