Após avançar em três participações minoritárias em bolsas de valores na América Latina, a BM&FBovespa mira agora aquisição de fatias nas bolsas da Argentina e do Peru, o que marcará o fim do ciclo de internacionalização da instituição na região. Com o objetivo de se tornar um centro de liquidez na América Latina, a Bolsa ainda aguarda as aprovações regulatórias no Brasil para se unir com a Cetip, no maior processo de fusão neste ano no País.
Na quarta-feira, foi a vez de a companhia anunciar a aquisição de 9,9% da Bolsa de Valores de Colômbia (BVC). Em abril, a BM&FBovespa informou ter comprado 4,1% da bolsa do México e, no ano passado, o pontapé foi dado na aquisição de uma fatia da bolsa do Chile, cuja participação está agora em 10%, depois de a empresa comunicar na sexta-feira à noite ao mercado ter adquirido uma participação adicional de 2% na Bolsa de Comércio de Santiago.
O objetivo é atingir a fatia minoritária nessas cinco bolsas da América Latina, até o limite permitido pela regulação local, que varia entre 5% e 15%. A intenção é finalizar esse processo de aquisições até o fim do ano.
No comunicado sobre a compra da bolsa colombiana, a BM&FBovespa afirmou que vai continuar a avaliar oportunidades de investimentos em empresas na região que tenham atividades adjacentes ao seu negócio.
A Bolsa admite que esse investimento tem um olhar de longo prazo, mas que ele se torna importante, na visão da empresa, para que os volumes de negociação da região deixem de migrar para outros mercados, como Estados Unidos e Europa. O rol de produtos a serem oferecidos ganhará ainda mais musculatura com a fusão com a Cetip.
“Isso não é algo para ganhar dinheiro no curto prazo, a característica é mais institucional, olhando para 10, 15, 20 anos à frente”, disse, no ano passado, o diretor-presidente da Bolsa, Edemir Pinto.
O avanço para a Argentina tem mostrado sinais positivos. Em maio, a empresa informou que realizou encontros com governo, órgãos reguladores e bolsa da Argentina e que, após as reuniões, já houve uma encomenda para desenvolver o contrato futuro de peso versus real.
Com essa meta em vista, a Bolsa montou recentemente uma nova diretoria, a de Desenvolvimento de Mercados para América Latina, comandada por Roberto Belchior, que era o diretor jurídico da companhia.
Na região, existe um projeto de integração, o Mercado Integrado Latino-americano (Mila), do qual participam Chile, Peru, Colômbia e México. O Brasil ficou de fora. Entre os empecilhos para o desenvolvimento desse projeto, dizem especialistas, estão as diferentes regulações entre os países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.