As cinco instituições financeiras com o maior volume de reclamações no Banco Central em setembro são as mesmas que figuravam na lista de agosto. O conglomerado BMG segue na liderança do rol desde que o BC mudou a metodologia, em julho, incluindo, entre outras alterações, financeiras. Outra modificação foi a expansão do número de clientes considerado nesse ranking, passando de 1 milhão para 2 milhões.
O índice do BMG dobrou no último mês, de 36,13 pontos em agosto para 75,64 no mês passado. De acordo com o BC, foram feitas 177 queixas consideradas procedentes contra o conglomerado, que conta com pouco mais de 2,3 milhões de clientes, no período.
A maior quantidade de críticas (53) foi em relação à restrição de realização de portabilidade de operações de crédito consignado por recusa injustificada. A concessão de crédito consignado sem a formalização do título adequado foi apontada por 39 consumidores como um problema, ficando com o segundo maior número de reclamações. Já 24 pessoas declararam irregularidades com o fornecimento de documento para liquidação antecipada de operações de crédito consignado.
O Banco Santander voltou para a segunda posição em setembro depois de ocupar a terceira colocação no mês anterior. No período, o índice da instituição passou de 10,25 para 11,18 pontos. Foram 347 críticas consideradas procedentes pelo BC contra o conglomerado, que reúne 31 milhões de correntistas. A maior quantidade delas (48) diz respeito à prestação de serviço de forma irregular em conta salário.
Já o Mercantil do Brasil, que possui quase 2,1 milhões de clientes, viu seu índice passar de 10,51 para 10,00 pontos de agosto para setembro, com 21 reclamações consideradas procedentes. A maior quantidade de críticas (15) voltou a ser a restrição ao fazer portabilidade de operações de crédito consignado.
Na quarta posição continua o conglomerado Banrisul, com índice de 9,66 pontos em setembro ante 7,87 pontos de agosto. O banco, que tem sede no Sul do País, conta com 3,8 milhões de clientes e foi apontado por 37 clientes insatisfeitos. Também a questão da restrição da portabilidade no consignado foi a que recebeu maior volume de reclamações de usuários (15) no mês passado.
O conglomerado HSBC figurou em quinto lugar, como no levantamento anterior. O índice passou de 7,08 para 8,06 pontos. Foram 82 críticas julgadas como procedentes para o grupo, que possui 10,1 milhões de clientes. Irregularidades relativas à integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços está no topo das insatisfações, apontadas 12 vezes.
Da sexta à décima posição do ranking do BC estão: Caixa Econômica Federal, Bradesco, Votorantim, Itaú e Banco do Brasil. Com algumas mudanças na ordem, todas essas instituições ocupavam a parte de baixo da lista de 10 casas já em agosto.
A lista é obtida com base nas reclamações do público que são registradas no BC e que têm relação com assuntos regulados pela instituição. Além do volume de clientes e da inclusão de financeiras, outra mudança na elaboração do ranking foi a ampliação da base de clientes de cada instituição ou conglomerado. Até então, apenas os que faziam operações de depósitos com cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) eram contabilizados. Agora, outras operações de depósitos também podem entrar na apuração, como as de consumidores que fazem empréstimos ou investimentos em um banco mesmo sem ter conta na casa. O índice é formado a partir do volume das reclamações, que é dividido pelo número de clientes e multiplicado por 1 milhão. Antes, a multiplicação era por 100 mil.