Economia

BNDES: mais empresas devem receber financiamento para exportação

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) espera que mais empresas acessem a linha de financiamento voltada à exportação, o Exim Pré-embarque, com as mudanças nas condições de pagamento anunciadas nesta segunda-feira, 5. A ideia é focar em companhias com potencial de geração de emprego no mercado interno e que, ao mesmo tempo, têm dificuldade de conseguir dinheiro a baixo custo. Em contrapartida, o volume total desembolsado para exportação deve cair, segundo o superintendente da área de Comércio Exterior do BNDES, Leonardo Pereira.

Na prática, a principal mudança foi a melhora das condições de financiamento garantidas às empresas de médio-grande porte, sobretudo às de bens de consumo. A partir de agora, elas passam a ter acesso às melhores taxas oferecidas pelo banco, até então restrita às micro e pequenas empresas. O grupo terá acesso a financiamento com juros anuais atrelados à TJLP, que em setembro está fixada em 7,5%, bastante inferior à Selic, fixada em 14,25%. O BNDES também está disposto a financiar uma parcela maior dos projetos dessas empresas. Pelas novas regras, a participação será de até 70%, ante o limite de 40% da política vigente até então.

“O banco vai priorizar o recurso mais nobre para segmentos que têm mais dificuldade de ter acesso ao crédito, apesar de serem grandes geradores de emprego. A ideia é tentar alargar a base de exportação”, afirmou Pereira.

Em compensação, as grandes empresas exportadoras, com faturamento anual superior a R$ 300 milhões, vão pagar mais caro pelo crédito. Das empresas de bens de capital, serão cobrados juros atrelados à Selic, na proporção de 70%, e à TJLP, de 30%. Antes, a taxa básica era a única referência. O limite de participação nos projetos, no entanto, foi ampliado de 40% para 70%.

Já para as exportadoras do segmento de bens de consumo, os juros serão 100% atrelados à Selic. Antes, a cesta de referência era composta por TJLP, na proporção de 60%, e Selic, 30%. O limite de participação do banco passou de 50% para 70%.

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