Economia

Bolsa de NY fecha em alta modesta; S&P-500 tem a melhor semana desde dezembro

A bolsa de Nova York fechou em alta modesta, com os investidores continuando a apostar que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) não vai elevar as taxas de juro de curto prazo neste ano. O índice Dow Jones subiu pela sexta sessão consecutiva e teve a melhor semana desde fevereiro; o S&P-500 subiu em quatro das últimas cinco sessões e teve a melhor semana desde dezembro do ano passado.

“O mercado teve uma grande semana, de modo que está fazendo uma pausa para tomar fôlego”, disse Myles Clouston, diretor sênior da Nasdaq. Segundo ele, os investidores estão se reposicionando para o auge da temporada de divulgação de informes de resultados das empresas no terceiro trimestre. O dia foi marcado por altas dos preços do petróleo e dos metais, com investidores mostrando confiança de que os principais bancos centrais não deverão apertar suas políticas monetárias em breve.

Essa confiança cresceu nos últimos dias, depois das reuniões do Banco do Japão (BoJ) e do Banco da Inglaterra (BoE) e da divulgação das atas das últimas reuniões do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE). As bolsas também subiram na Ásia e na Europa.

“O vigor do mercado nesta semana é bastante significativo, tendo em vista o quanto o índice S&P-500 já subiu. Incluindo a abertura em alta de hoje, o S&P-500 avançou quase 8% em um período de oito sessões. Isso se compara ao ganho de 8,2% que vimos entre o fim de agosto e meados de setembro; mas aquele rali levou 16 sessões para acontecer”, observou Frank Caperelli, da Instinet.

Os indicadores divulgados nos EUA nesta sexta-feira não tiveram impacto no mercado. Os preços das importações norte-americanas recuaram 0,1% em setembro, no terceiro mês consecutivo de baixas; os economistas previam uma queda de 0,5%. Em comparação com setembro do ano passado, a queda foi de 10,7%. Os estoques no atacado cresceram 0,1% em agosto, em linha com a expectativa.

Três dirigentes do Fed falaram hoje: O presidente do distrito de Atlanta, Dennis Lockhart, disse acreditar que as taxas de juro serão elevadas ainda neste ano, porque “a economia continua em uma trajetória satisfatória e, falando por mim mesmo, vejo uma decisão de elevar as taxas de juro mais tarde neste ano, na reunião de outubro ou na de dezembro, como apropriada”. William Dudley, do Fed de Nova York, disse que um aperto monetário em outubro “é possível”, mas não descartou a hipótese de tornar os juros negativos, caso isso seja necessário para estimular a economia. Charles Evans, do Fed de Chicago, disse que o crescimento da economia parece ter impulso suficiente, mas que a inflação ainda está longe da meta de 2%, devendo ficar abaixo de 1% no fim de 2016 e pouco abaixo de 2% em 2018.

Entre as ações de empresas que divulgaram resultados ontem após o fechamento do mercado, os destaques foram Alcoa (-6,81%) e GAP (-5,28%). As da International Paper subiram 5,21%, depois de a empresa anunciar que planeja vender sua participação de 55% em uma joint venture na China; as da Tesla Motors recuaram 2,66%, após rebaixamento de recomendação pelo Barclays. Algumas ações que haviam caído muito no começo da semana recuperaram terreno, como Apple (+2,37%). As ações das companhias aéreas tiveram altas fortes, em reação aos números de tráfego de passageiros da American Airlines em setembro (United Continental, +6,60%, e American Airlines, +6,74%).

O estrategista Sandy Lincoln, da BMO Global Asset Management, disse que “nesta temporada de balanços, os investidores não estarão olhando apenas para os números; eles estarão atentos às palavras. Ninguém tem uma grande expectativa sobre os lucros, mas os comentários serão importantes”. É consenso entre os analistas que os lucros das empresas, especialmente as exportadoras, as ligadas a commodities e as que obtêm parte significativa de sua receita no exterior, não deverão ser espetaculares, em razão da alta do dólar e da desaceleração das economias dos países emergentes.

Em nota divulgada hoje, a FactSet projeta que os lucros das componentes do S&P-500 no terceiro trimestre ficarão 5,5% abaixo dos do mesmo período do ano passado.

Entre as ações de empresas que divulgam resultados na próxima semana, os destaques são Intel (-1,17%), JPMorgan Chase (-0,32%), Johnson & Johnson (+0,31%), Bank of America (-1,08%), Delta Air Lines (+2,72%), Netflix (-1,39%), Wells Fargo (-0,76%), AMD (+1,55%), Citigroup (-0,52%), Goldman Sachs (-1,04%), US Bancorp (-0,76%), UnitedHealth (+2,75%) e General Electric (+0,14%).

O índice Dow Jones fechou em alta de 33,74 pontos (0,20%), em 17.084,49 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 19,68 pontos (0,41%), em 4.830,47 pontos. O S&P-500 fechou em alta de 1,46 ponto (0,07%), em 2.014,89 pontos. Na semana, o Dow acumulou uma alta de 3,72%, o Nasdaq subiu 2,61% e o S&P-500 avançou 3,26%. Fonte: Dow Jones Newswires

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