Bolsa fecha em alta de 1,21%, a 116.221,58 pontos, e avança 1,81% na semana

A correção do dólar, mais forte do que na sessão pós-Copom, contribuiu nesta sexta-feira para que o Ibovespa se descolasse do dia misto em Nova York e se firmasse mais uma vez acima dos 116 mil pontos no fechamento, acumulando ganho de 1,81% na semana, após perda de 0,90% na anterior. Nesta sexta, o índice da B3 avançou 1,21%, aos 116.221,58 pontos, entre mínima de 114.610,07 e máxima de 116.446,09 pontos na sessão, com giro a R$ 43,5 bilhões. No mês, sobe 5,62%, limitando as perdas do ano a 2,35%.

Em Nova York, o apetite por risco foi "atingido por um golpe duplo": a linha-dura adotada pelo secretário de Estado, Antony Blinken, em sua primeira reunião com a China e a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de encerrar programa de emergência para bancos durante a pandemia, observa o analista da Oanda, Edward Moya, em nota.

Assim, o desempenho dos três índices de referência foi tímido nesta sexta-feira, com o Dow Jones em baixa de 0,71%, o S&P 500 em recuo de 0,06% e o Nasdaq em alta de 0,76%.

Por aqui, o dólar fechou em baixa de 1,51%, a R$ 5,4853, com perda de 1,34% na semana e de 2,14% até aqui no mês. A estabilização da moeda americana em níveis mais baixos é considerada essencial para que a B3 volte a atrair recursos estrangeiros, dando sustentação ao índice de ações. A assinatura de contrato entre o governo federal e os laboratórios Pfizer e Janssen para a compra de 138 milhões de doses de vacinas contribui para melhorar a visão sobre a pandemia, ainda em seu pior momento no País, e agora com a União questionando Estados no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre medidas de distanciamento social.

A reação do mercado ao anúncio de mais vacinas foi perceptível em ações de setores diretamente atingidos pelas medidas restritivas, como o de shoppings, com BR Malls em alta de 6,10%, Multiplan, de 4,98%, e Iguatemi, de 4,99%, enquanto as de outras empresas ligadas à mobilidade, como CVC (+6,85%), também avançaram. Após o tombo do dia anterior, quando os contratos futuros do petróleo cederam mais de 8%, a commodity teve recuperação parcial, acima de 2%, o que deu suporte a Petrobras PN (+3,27%) e ON (+2,39%) na sessão.

Na ponta do Ibovespa, destaque nesta sexta para alta de 13,24% para Pão de Açúcar, à frente de Sul América (+8,71%) e CVC (+6,85%). No lado oposto, CSN cedeu 3,86%, Assaí, 2,61%, e Suzano 1,73%. O ajuste negativo de 3,14% nos preços do minério de ferro na China (Qingdao) colocou, além de CSN, Vale ON (-1,44%) entre as perdedoras do dia.

Levantamento da BGC Liquidez com 199 participantes, principalmente de tesouraria e fundos, mostra que a decisão do Copom nesta semana, em que elevou a Selic em 0,75 ponto porcentual, a 2,75% ao ano, foi, para 72%, mais "hawkish" do que se antecipava, enquanto 47% dos ouvidos, embora não esperassem tal grau de elevação, consideraram-no correto. Após o comunicado desta quarta-feira, 93% dos participantes da enquete esperam novo aumento de 0,75 ponto em maio, seguido, na expectativa de 49%, por elevação de 0,50 ponto porcentual na reunião de junho.

Diferentemente do que seria o habitual, uma normalização mais agressiva na Selic tem sido recebida bem pela renda variável, no momento em que se temia leniência do BC com o avanço da inflação, em ambiente de juros reais negativos. Selic mais alta e câmbio mais comportado tendem a atrair parte do interesse do investidor estrangeiro para a B3, perdido desde fevereiro, quando sacou R$ 6,783 bilhões, após ingressos líquidos acumulados entre novembro e janeiro.

Após quatro pregões consecutivos com fluxo negativo, os estrangeiros ingressaram com R$ 1,253 bilhão para compras de ações na B3, em termos líquidos, durante a sessão da última quarta, no dia da decisão do Copom, anunciada após aquele fechamento. Em março, o fluxo ainda está negativo em R$ 1,515 bilhão, enquanto, no ano, segue positivo em R$ 15,256 bilhões.

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