O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira, 14, em baixa de 1,11%, a 114.380,71 pontos, acumulando ganho de 0,55% no mês e anotando perda de 1,09% no ano. O giro financeiro, moderado, totalizou R$ 19,7 bilhões, em sessão na qual o principal índice da B3 oscilou entre mínima de 114.132,37 e máxima de 115.662,73 pontos. Assim como na semana anterior, o Ibovespa alternou breves sequências de ganhos e de perdas, deixando, ao cabo, o índice com pouca variação no período.
Na véspera do fim de semana prolongado pelo feriado do Dia do Presidente na segunda-feira, os índices de Nova York oscilaram em torno da estabilidade, sem direção única, ainda perto de suas máximas históricas, renovadas nesta semana. Por aqui, na segunda-feira sem a referência de Nova York, haverá vencimento de opções sobre ações.
Após ter encerrado a semana anterior praticamente estável (+0,01%), o Ibovespa teve variação também moderada (+0,54%) entre a segunda e esta sexta-feira, refletindo padrão volátil que prevaleceu nas últimas quatro semanas, período que incluiu renovação de recorde histórico (no dia 23 de janeiro, a 119.527,63 pontos no fechamento) e, logo depois, na semana até 31 de janeiro, a maior perda semanal (-3,90%) desde agosto de 2019.
Desde então, e particularmente nas últimas duas semanas, uma fraca sequência de dados econômicos domésticos e as idas e vindas em torno do coronavírus cortaram a progressão do Ibovespa, que havia se estendido de dezembro para parte do mês de janeiro, quando refluiu a empolgação sobre a perspectiva econômica para 2020, especialmente a interna. Hoje foi a vez do IBC-Br de dezembro, em baixa de 0,27% ante novembro, conforme esperado.
"Em Nova York, os índices de ações estão nas máximas, mas não conseguimos acompanhar aqui. Se olhar os múltiplos, mesmo ações de tecnologia estão mais atrativas do que papéis brasileiros, apesar do Nasdaq no nível em que está. Então por que vir?", aponta Gabriel Machado, analista da Necton, acrescentando que o fortalecimento do dólar ante o real, que resultou nesta semana em duas atuações do BC no câmbio, por meio de swaps, espelha a pujança da economia americana em um contexto de maior incerteza fora dos EUA.
Em fevereiro, o saldo do investimento estrangeiro na B3 está negativo em R$ 6,210 bilhões até o dia 12, chegando a R$ 25,368 bilhões no ano, mesmo com a Bolsa brasileira tendo barateado em dólar.
"Quando se considera o Ibovespa dolarizado, está agora em um nível de suporte relevante (26,6 mil pontos), tendo em vista a inclinação e a quantidade de testes, entre outros fatores importantes. Considerando a incerteza de curto prazo, aqui e fora, o Ibovespa tem resistido bem e é importante que assim seja, para que volte a atrair fluxo, quem sabe a partir de março", diz Raphael Figueredo, analista gráfico da Eleven Financial.
Apesar de o dólar ter andado muito recentemente, ele destaca que a Bolsa brasileira não estaria tão barata quando comparada a pares emergentes, considerando os respectivos desempenhos. Para Figueredo, é razoável esperar que o Ibovespa se mantenha na faixa de 112 mil a 117 mil pontos até que haja definição de fluxo, o que deve acontecer apenas em março, na medida em que "fevereiro está dado, com o coronavírus e a fraqueza dos dados" domésticos.