Estadão

Bolsas da Europa caem, com dado na Alemanha, ata do BCE e cautela com Fed

As bolsas europeias fecharam em baixa nesta quinta-feira, refletindo um cenário de cautela nos mercados estrangeiros, que esperam pelo Simpósio de Jackson Hole do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que acontecerá na sexta-feira. A queda de um indicador que mede a confiança do consumidor na Alemanha e a ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) também foram acompanhadas por investidores.

Neste contexto, o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,32%, aos 470,34 pontos.

Já o FTSE 100, da Bolsa de Londres, teve queda de 0,35%, aos 7.124,98 pontos, seguido pelo parisiense CAC 40, que recuou 0,16%, aos 6.666,03, no melhor desempenho dentre os principais índices acionários do Velho Continente.

No foco, está a cautela do mercado na véspera do Simpósio de Jackson Hole do Fed. Nesta quinta, três dirigentes do BC norte-americano defenderam o início da retirada dos estímulos monetários a partir desde ano.

O presidente da distrital de Dallas do Fed, Robert Kaplan, disse que seria ideal começar o <i>tapering</i> em outubro ou "um pouco depois". Já a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, destacou a forte inflação nos EUA e previu impacto limitado da variante delta do coronavírus sobre a economia. Por fim, o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard, alertou para a formação de uma "bolha incipiente" no mercado imobiliário residencial nos EUA por conta do excesso de estímulos no país.

Segundo analistas consultados pelo <i>Broadcast</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), apesar da reiterada defesa pelo início do tapering em breve por alguns dirigentes, um anúncio oficial não deve ser feito já nesta sexta-feira, em Jackson Hole. Pistas sobre a retirada da acomodação, porém, são esperadas por agentes do mercado.

No noticiário econômico europeu, o instituto GFK projetou que o índice de confiança do consumidor da Alemanha cairá para -1,2 em setembro, de -0,4 no mês anterior. O resultado veio abaixo das estimativas de especialistas consultados pelo <i>The Wall Street Journal</i>, e reflete a trajetória desfavorável da pandemia de coronavírus na principal economia europeia.

Dessa forma, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, teve baixa de 0,42%, aos 15.793,62 pontos.

Por fim, também foi acompanhada a divulgação da ata da última reunião de política monetária do BCE. De acordo com o documento, a entidade garantiu que o seu novo <i>forward guidance</i> não necessariamente implica em juros "mais baixos por mais tempo" na zona do euro.

Segundo o Nordea, o BCE começará a debater a redução do ritmo de suas compras de ativos a partir da próxima reunião no dia 9 de setembro, podendo até decidir por reduzir a acomodação monetária já no mês que vem. O ING, por outro lado, não vê sinais de que o BCE desacelere as compras de bônus no horizonte próximo.

Entre outros índices europeus, o FTSE MIB, de Milão, fechou em baixa de 0,76%, aos 25.861,52 pontos, o madrilenho IBEX 35 teve queda de 0,94%, aos 8.892,70, enquanto o PSI 20, de Lisboa, recuou 0,37%, aos 5.330,78 pontos.

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