Economia

Bolsas da Europa divergem com preocupações econômicas e dados positivos nos EUA

As principais bolsas europeias fecharam em direções divergentes nesta quinta-feira, 11, influenciadas pelas preocupações quanto ao desempenho econômico da zona do euro e pelos dados positivos do varejo e do mercado de trabalho nos Estados Unidos.

O cenário de incerteza política na Grécia, onde o partido de esquerda Syriza, contrário à política de austeridade fiscal, pode chegar ao poder nos próximos meses contribuiu para as perdas nos mercados europeus. O índice Stoxx 600 ficou estável, aos 339,31 pontos.

Uma demanda mais fraca por empréstimos do Banco Central Europeu (BCE) fortaleceu a expectativa de que serão lançadas novas medidas de estímulos na zona do euro. O BC europeu liberou apenas 129,84 bilhões de euros na segunda concessão de empréstimos conhecidos como TLTROs, ante expectativa de 150 bilhões de euros.

“É um começo fraco para um programa que deve servir como pilar para que a política monetária do BCE continue”, disse Timo del Carpio, economista de Europa na RBC Capital Markets.

O enfraquecimento do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na França e na Alemanha também reforçou a expectativa de início de um programa de relaxamento quantitativo pelo BCE. O CPI francês desacelerou para avanço de apenas 0,3% em novembro ante igual mês de 2013, resultado abaixo das expectativas de elevação de 0,4%.

Na Alemanha, o CPI registrou uma alta de 0,6% neste mês, na mesma base de comparação, o menor nível desde fevereiro de 2010. As bolsas europeias também perderam força após a divulgação de que a produção industrial da Itália caiu 0,1% na comparação com setembro, contrariando a previsão de alta de 0,3%.

Por outro lado, dados positivos nos Estados Unidos deram algum alívio aos mercados europeus. A vendas no varejo americano subiram 0,7% ante outubro, acima da previsão de aumento de 0,4%. Os dados de mercado de trabalho também surpreenderam positivamente. O número de pedidos de auxílio-desemprego no país caiu 3 mil na semana passada, para 294 mil. A previsão era de um leve aumento, para 300 mil.

O índice DAX, em Frankfurt ganhou 0,64%, aos 9.862,53 pontos, com destaque para as ações da Air Berlin, que subiram 2,6%. Em Madri, o Ibex 35 avançou 0,34%, para 10.431,80 pontos.

Em sentido contrário, o índice FTSE-100, de Londres, perdeu 0,59%, aos 6.461,70 pontos, com o baixo preço do petróleo pressionando as ações no setor de energia. Os papéis do BG Group caíram 3,29%.

O FTSE Mib, em Milão, caiu 0,09%, para 19.201,07 pontos, com destaque para uma perda de 6,27% das ações da Fiat Chrysler, após a companhia anunciar ontem uma nova emissão de ações e títulos. Em Paris, o índice CAC-40 recuou 0,05%, para 4.225,89 pontos e o PSI-20, em Lisboa, fechou aos 4.920,60 pontos, uma queda de 1,12%.

Diante de um cenário de instabilidade política, a Bolsa de Atenas ampliou as perdas pelo terceiro dia consecutivo, com o Athex, principal índice, fechando aos 827,98 pontos, um recuo de 7,35%. Operadores alertaram que a volatilidade deve continuar até o primeiro turno das eleições presidenciais realizadas pelo Parlamento, na próxima Quarta-feira.

As maiores quedas foram no setor bancário, com perda de 9,38% nas ações do Banco Nacional da Grécia, 13,89% nas do Piraeus e 5,29% nas do Eurobank Ergasias.

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