Bolsas da Europa fecham em baixa, com foco em decisões e anúncios de Fed e BoE

As bolsas na Europa fecharam em baixa nesta quinta-feira, 17, na primeira possibilidade no continente de reação aos posicionamentos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de quarta-feira. Além da postura do banco central dos EUA, a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) nesta quinta estimulou perdas. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,51%.

O Fed não agradou ao apresentar melhora em suas projeções para os principais indicadores econômicos do país e com uma postura menos dovish do que o imaginado do presidente Jerome Powell. Os números um pouco mais robustos sinalizam que a postura mais frouxa da autoridade monetária em relação à inflação pode ser levemente mais curta do que o imaginado anteriormente, o que tirou impulso das bolsas europeias.

"Os mercados precisam de mais tempo para digerir as notícias porque a realidade é que a mensagem do Fed não foi nem perto o suficiente de ser hawkish", considerou o analista-chefe da Ava Trade, Naeem Aslam.

Já o comunicado do BoE nesta quinta foi na verdade mais otimista do que o esperado, para o TD Securities, como reflexo de uma reação um pouco mais forte da economia no terceiro trimestre. O banco diz que agora o mercado monitorará discursos do comando do BoE, a fim de avaliar se houve alguma mudança na avaliação sobre os juros negativos no banco central.

Após o anúncio do BC inglês, as ações tiveram suas quedas impulsionadas. O índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, chegou a cair pela manhã 0,68%, mas amenizou a baixa, fechando em 0,47%, a 6.049,92.

O setor de automóveis e peças operou em baixa significativa depois que se viu uma forte redução (-18,9%) do volume de licenciamentos de novos carros na Europa em agosto, após uma queda de 5,7% em julho, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (Acea, na sigla em inglês). A Peugeot registrou baixa nas ações de 1,16% e a Renault queda 0,19%. Em Paris, o índice CAC recuou 0,69%, a 5.039,50 pontos.

A Volkswagen teve queda nas ações de 0,69%. Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,36%, a 13.208,12 pontos. O banco suíço UBS divulgou nesta quinta um estudo sobre as empresas mais sujeitas à uma vacina, com especial destaque para as alemãs. Além do setor automotivo, varejistas como a Adidas têm seus resultados atrelados especialmente ao desenvolvimento da imunização, segundo o banco.

A maior queda registrada nas principais bolsas do continente foi em Milão, com recuo de 1,12% no índice FTSE MIB, a 19.739,73 pontos. A TIM liderou as perdas, com queda de 2,8%, que chegou a ser de 7%, com o avanço de uma legislação na União Europeia antitruste que pode prejudicar a criação de uma sociedade única para a rede banda larga, que seria liderada pela empresa.

No campo da inflação, a Eurostat divulgou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro caiu 0,2% na comparação anual de agosto. Trata-se de uma perda de fôlego em relação à taxa de julho (+0,4%), mas que veio em linha com o dado preliminar. Isso também deixa a inflação da região mais distante da meta do Banco Central Europeu (BCE), levemente inferior a 2%.

Em Madrid, o IBEX-35 fechou em baixa de 0,35%, a 7.086,20.

Já em Lisboa, o PSI recuou 0,16%, a 4.286,76 pontos.

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