As bolsas da Europa fecharam sem direção única nesta segunda-feira, 23, alternando leves baixas e altas, em dia marcado pela esperança de que uma vacina contra o novo coronavírus seja distribuída em breve. Antes da abertura do pregão, a britânica AstraZeneca divulgou resultados de eficácia de seu imunizante produzido em conjunto com a Universidade de Oxford. A notícia, porém, foi parcialmente ofuscada pelo índice dos gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro, que caiu ao menor nível em seis meses diante da segunda onda de covid-19 no continente.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com variação negativa de 0,20%, a 388,84 pontos. O grupo industrial alemão Thyssenkrupp teve o papel de melhor desempenho desta segunda-feira, em alta de 9,51%.
Com a esperança de que uma vacina seja aprovada em breve, o setores de aviação e turismo também deram fôlego ao índice. A Rolls Royce Holdings e a alemã TUI subiram 7,60% e 7,85%, respectivamente.
Otimistas desde a última sexta-feira com as notícias envolvendo vacinas contra a covid-19, os mercados europeus se animaram nesta segunda-feira com a divulgação dos resultados feita pela AstraZeneca. De acordo com a farmacêutica, seu imunizante teve taxa média de eficácia de 70%, chegando a 90% em alguns casos.
Apesar de ter taxas menos eficazes do que as de Pfizer e Moderna, por exemplo, a vacina da AstraZeneca pode ser armazenada em geladeiras – e não em super-refrigeradores, como as concorrentes. Peter Horby, professor de saúde global de Oxford, destacou à Reuters que isso significa que é uma solução mais prática para uso em todo o mundo.
A divulgação, porém, não foi suficiente para impulsionar as ações da AstraZeneca, e o papel da empresa fechou as negociações em baixa de 3,81% na Bolsa de Londres. O índice FTSE 100 teve leve perda de 0,28%, 6.333,84 pontos.
O ânimo dos mercados com a perspectiva de aprovação de uma vacina foi em boa parte minado pelos resultados do PMI da zona do euro de novembro. Segundo o IHS Market, o indicador baixou de 50 pontos em outubro a 45,1 neste mês, em seu menor nível dos últimos seis meses. A projeção de analistas ouvidos pelo <i>Wall Street Journal</i> era de queda menor, a 47,1. Índices abaixo de 50 indicam retração na atividade.
A principal causa da forte queda do indicador foi o setor de serviços, pressionado pela segunda onda de covid-19 na Europa. Assustados com a possibilidade de novas restrições, que significam mais freios à atividade econômica, a maior parte das principais bolsas da Europa terminou o dia em baixa.
O alemão DAX, de Frankfurt, fechou em queda de 0,08%, a 13.126,97, enquanto o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve variação negativa de 0,07%, aos 5.492,15 pontos, ambos nas mínimas do dia.
No mercado francês, a ação da Danone recuou 3,16%, após a gigante do setor da alimentação anunciar corte 2 mil empregos, o equivalente a 2% de sua força de trabalho.
O FTSE MIB, de Milão, fechou próximo à estabilidade, em queda de 0,02%, a 21.701,79, no menor nível do pregão.
O espanhol IBEX 35 baixou 0,04%, a 7.981,20 pontos.
O índice PSI 20, da Bolsa de Lisboa, foi o único entre os principais índices a fechar em alta substancial, com variação de 0,57%, a 4.449,39 pontos.