Estadão

Bolsas da Europa fecham na maioria em queda, de olho no petróleo e sanções

Após uma sessão volátil, as principais bolsas da Europa fecharam majoritariamente em queda nesta segunda-feira, 7. Na madrugada, os índices foram pressionados por notícias ligadas a possíveis sanções ao petróleo russo e preços do petróleo superando os US$ 130 por barril. A possibilidade de novas negociações entre Ucrânia e Rússia ajudaram a diminuir as perdas.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,10%, a 417,13 pontos, estendendo as perdas da semana passada.

Ontem, o secretário de Estado americano, Anthony Blinken, disse que os Estados Unidos e seus aliados estão em "discussão ativa" sobre proibir as importações do petróleo russo. Enquanto a presidente da Câmara dos Representantes americana, Nancy Pelosi, anunciou articulação para isolar a Rússia em comércio global, incluindo o setor de energia. Os preços do petróleo superaram os US$ 130 com a escalada da guerra.

Analista da CMC Markets, Michael Hewson explica que os altos preços da commodity levaram os mercados acionários na Ásia para o vermelho, dadas as preocupações com a "destruição de demanda e um aumento de recessão global". Movimento similar foi visto na Europa. "Esse pico mais alto dos preços do petróleo provou ser de curta duração, mas também destacou como o sentimento do mercado é instável e provavelmente permanecerá assim. E, embora os preços tenham recuado desses máximos intradiários, eles ainda estão em alta no dia", diz o economista.

A imposição das sanções ao petróleo teria impacto especial para países europeus. O premiê britânico, Boris Johnson, disse que a opção não está descartada, enquanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse se opor ao corte de fornecimento de energia pela Rússia, informou a <i>Bloomberg</i>.

Em Londres, ações ligadas a commodities, como BP (+3,83%), Shell (+8,05%) e Glencore (+3,08%), avançaram. Ainda assim, o índice FTSE 100 fechou em queda de 0,40%, a 6.959,48 pontos, acompanhado pelo CAC 40, de Paris, com recuo de 1,31%, a 5.982,27 pontos.

A CMC avalia que as fortes quedas vistas mais cedo foram revertidas com a notícia de que o Kremlin pararia ação militar caso a Ucrânia cumpra certas exigentes. Reconhecer a Crimeia como território russo e a independência das repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk estão entre as demandas.

Com o cenário, o DAX, em Frankfurt, cedeu 1,98%, a 12.834,65 pontos, apesar de dados macroeconômicos alemães positivos. As vendas de varejo subiram 2% em janeiro ante dezembro, como previsto, enquanto as encomendas à indústria tiveram alta acima do esperado.

Em Milão, o FTSE MIB caiu 1,36%, a 22.160,28 pontos, enquanto em Madri, o IBEX 35 teve baixa de 0,99%, a 7.644,60 pontos, segundo dados preliminares. Na contramão, o PSI 20, de Lisboa, subiu 1,16%, a 5393,48 pontos.

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