As bolsas da Europa fecharam sem sinal único nesta sexta-feira, 30, encerrando uma semana de perdas. O avanço da pandemia da covid-19, que levou a recordes no número de casos e a novos lockdowns deram um panorama negativo à região. Por outro lado, a divulgação dos dados econômicos do terceiro trimestre apresentou números positivos para a retomada. Na quinta, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou para mais estímulos à economia em dezembro.
Nesta sexta, o índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 0,18%, a 342,36 pontos. Na semana, contudo, sofreu baixa de 5,58%, o que levou o índice ao menor patamar desde meados de maio.
Enquanto a atividade da França saltou 18,2% no terceiro trimestre ante o segundo, a da Espanha cresceu 16,7%, a da Alemanha, 8,2%, e a da Itália, 16,1%. Já o PIB da zona do euro cresceu 12,7% no mesmo período. Para a Capital Economics, o crescimento maciço do PIB da França não é reconfortante à medida que o país lida com um novo lockdown. "Na verdade, esperamos que o PIB caia 2,5% ou mais no quarto trimestre frente ao terceiro". Na mesma direção, o ING espera que o forte aumento da atividade no terceiro trimestre na Alemanha seja seguido por outra queda nos últimos meses do ano.
Em linha com as previsões, o BCE manteve sua política monetária inalterada, mas prometeu "recalibrar seus instrumentos" para "garantir que as condições financeiras permaneçam favoráveis". Na opinião do Credit Suisse, a autoridade deixou claro que isso "significa estímulo" em dezembro.
Grande parte da atenção da região ainda é com o avanço da covid-19, com Itália e Portugal registrando novos recordes no número de casos.
A reação aos balanços das big techs americanas não foi das melhores em Wall Street, após a divulgação dos resultados na quinta, e isso também causa volatilidade no setor de tecnologia na Europa. Os papéis da Air France-KLM, por sua vez, tiveram alta de 1,01%, em dia que a companhia anunciou prejuízo líquido de 1,67 bilhão de euros no terceiro trimestre.
O BCP Millenium teve alta nas ações de 8,03%, em dia de divulgação de seu balanço e em meio a notícias sobre empréstimos do banco a um fundo de resolução para o setor bancário português.
O resultado impulsionou o PSI 20, em Lisboa, a maior alta dentre as principais bolsas europeias, em 2,12%, a 3.945,12 pontos. Na semana, a baixa foi de 4,69%. Outra importante alta foi da EDP, com 2,30%.
A variação nas outras bolsas foi menor, e em Londres o FTSE 100 fechou em ligeira baixa, de 0,08%, a 5.577,27 pontos. Com relação à última sexta-feira, a queda foi de 4,83%. Em dia de recuperação para muitas aéreas, a IAG, que controla Iberia e British Airways, teve alta de 5,88%.
Em Milão, a maior alta foi da petrolífera Saipem, em meio a publicações da empresa sobre novas diretrizes. Os papéis da companhia avançaram 8,45%, e ajudaram o FTSE MIB a ter alta de 0,40%, a 17.943,11 pontos. Na semana, a queda foi de 6,96%.
Em Frankfurt, o DAX fechou em baixa de 0,36%, a 11.556,48 pontos. Na semana, a baixa foi de 8,61%. Uma das principais empresas que pressionaram o índice foi a Volkswagen, que teve baixa nas ações de 1,45%.
Em Paris, o CAC teve alta de 0,54%, a 4.594,24 pontos. Semanalmente, a queda foi de 6,42%. O dia teve duas companhias do setor energético com altas, EDF (+1,34%) e Total (+2,75%).
Em Madri, o IBEX 35 fechou em alta de 0,63%, a 6.452,20 pontos. Em comparação semanal, a queda foi de 6,40%.