As bolsas de Nova York abriram sem muito impulso, mas ganharam fôlego à tarde, o que levou os índices S&P 500 e Nasdaq a registrarem novos recordes históricos de fechamento desta quarta-feira, 26. Os setores de serviços de comunicação e tecnologia se destacaram, com investidores ainda apostando nas ações das chamadas giant techs, enquanto o mercado também mantinha expectativa pelo discurso de quinta-feira do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,30%, em 28.331,92 pontos, o S&P 500 subiu 1,02%, a 3.478,73 pontos, e o Nasdaq avançou 1,73%, a 11.665,06 pontos.
Na agenda de indicadores, as encomendas de bens duráveis surpreenderam com alta de 11,2% em julho ante junho, bem acima da previsão de avanço de 5% dos analistas ouvidos pelo <i>Wall Street Journal</i>. O Wells Fargo avaliou o dado como sinal de que o investimento continuou a se recuperar em julho nos EUA.
Nas bolsas, houve expectativa pelo discurso de quinta de Powell. Os investidores acreditam que o presidente do Fed manterá a postura favorável a estímulos, sem pressa de conduzir aperto monetário, o que tende a apoiar o mercado acionário.
Entre os dirigentes, o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, comentou o avanço recente das bolsas, atribuindo-o em parte à realocação de recursos do mercado de Treasuries para as bolsas, no atual ambiente de juros baixos, e também citou a força recente do setor de tecnologia. Para Barkin, existe um risco de que as valorizações fiquem elevadas nas bolsas americanas, nesse contexto.
Nesta quarta, as chamadas giant techs voltaram a mostrar fôlego, como tem ocorrido no quadro atual de pandemia, diante da percepção de que elas conseguem resultados fortes mesmo nesse novo ambiente. Facebook subiu 8,22%, Netflix ganhou 11,61%, Apple subiu 1,36% e Microsoft, 2,16%, enquanto Amazon teve alta de 2,85% e Alphabet, de 2,38%. Entre outras ações em foco, Salesforce.com subiu 26,06%, após divulgar balanço bem melhor do que o previsto. O papel passará, a partir da segunda-feira, a integrar o índice Dow Jones.
A alta, porém, não ocorreu em todos os setores, com baixas em energia, sobretudo, e também no financeiro. No caso do primeiro, provocava cautela o risco de estragos do furacão Laura, em sua passagem pelo Golfo do México, região importante para a produção de petróleo nos EUA.