Estadão

Bolsas de NY fecham em baixa, observando Ucrânia e com temores por inflação

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta quarta-feira, em sessão marcada pelos desdobramentos da guerra da Ucrânia. Depois de perspectivas de avanços nas tratativas diplomáticas, uma série de comentários gerou maior ceticismo sobre uma resolução do conflito, além de levantarem possibilidade de que os confrontos ainda durem algum tempo. Neste cenário, os receios pelo avanço da inflação global também ganharam destaque.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,19%, em 35.228,81 pontos, o S&P 500 caiu 0,63%, para 4.602,45 pontos, e o Nasdaq recuou 1,21%, a 14.442,27 pontos.

Na avaliação de Edward Moya, analista da Oanda, as ações caíram enquanto os investidores observavam a inflação de março disparar na Europa, também procurando qualquer progresso em direção a um acordo de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. "Os papéis terão problemas para se recuperar, pois os riscos geopolíticos e de inflação não desaparecerão tão cedo", projeta.

"Parece que os russos continuam com as operações militares e que a promessa de reduzir os militares é inútil, pois os ataques continuam chegando", afirma Moya. Hoje, a diretora de Comunicação da Casa Branca, Kate Bedingfield, afirmou que o governo segue vendo evidências de que a Rússia está atacando lugares nos quais disse que não iria agir.

"As negociações foram consideradas positivas, mas muitos traders esperam um período prolongado de tempo antes que ocorra um avanço para chegar a um acordo de paz", avalia. O petróleo voltou a avançar nesta quarta, impulsionando as ações do setor. ExxonMobil (+1,70%), Chevron (+0,68%) e Occidental Petroleum (+1,25%) avançaram.

De olho no recuo dos rendimentos dos Treasuries, ações de bancos tiveram quedas. Morgan Stanley (-1,71%), Goldman Sachs (-1,20%) e Bank of America (-1,00%) estiveram entre algumas das principais quedas. As atenções seguem para inversões nas curvas de juros. Estudo do Federal Reserve (Fed) de São Francisco mostra que durante os anos de 1955 e 2018 todas as vezes em que os Estados Unidos passaram por uma recessão foram precedidas de uma inversão.

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