Estadão

Bolsas de NY fecham em queda, de olho em dirigentes do Fed antes do Jackson Hole

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quinta-feira, encerrando o período de altas que durava desde o primeiro pregão desta semana. Investidores ajustam posições antes do Simpósio de Jackson Hole do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que contará com discurso do presidente da instituição, Jerome Powell. Enquanto esperam por sinalizações do banqueiro central, falas de outros dirigentes do Fed em defesa do início da redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos foram acompanhadas.

O índice Dow Jones recuou 0,54%, aos 35.213,12 pontos, o S&P 500 cedeu 0,58%, aos 4.469,92 pontos, e o Nasdaq teve baixa de 0,64%, aos 14.945,81 pontos.

O foco de agentes do mercado está no Simpósio de Jackson Hole na sexta-feira, que pode dar pistas mais claras sobre o que o Fed pretende para o futuro da política monetária nos EUA, em meio às discussões sobre o início do tapering, como é chamado o processo de retirada gradual da acomodação.

Conforme mostrou reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), analistas esperam que os dirigentes do BC americano que discursarão na ocasião, entre eles o presidente Jerome Powell, deem sinalizações sobre os próximos passos do Fed, mas sem fazer um anúncio oficial de uma data para começar o tapering.

Nesta quinta, três dirigentes do Fed reforçaram suas defesas pela retirada dos estímulos ainda este ano. Presidente da distrital de Dallas da entidade, Robert Kaplan estimou que o tapering pode começar em outubro ou pouco tempo depois. Com visão similar, James Bullard, chefe do Fed de St. Louis, alertou contra uma potencial "bolha" no mercado imobiliário residencial nos EUA.

Já a presidente da distrital de Kansas City da instituição, Esther George, afirmou que prefere a redução dos estímulos "antes cedo do que tarde", alertou para a alta inflacionária nos EUA e projetou um impacto limitado da variante delta do coronavírus sobre a economia norte-americana.

Nesta quinta, foi divulgada a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do segundo trimestre, que cresceu em taxa anualizada de 6,6%, 0,1 ponto porcentual abaixo do esperado pelo mercado. Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida inflacionária favorita do Fed, cresceu à taxa anualizada de 6,5% entre abril e junho, enquanto os gastos com consumo subiram 11,8% na mesma base de comparação.

Em relatório, ao repercutir os dados, a Oxford Economics estimou que o crescimento do PIB americano já passou do seu pico em meio á recuperação da crise, mas continuará sólido em 2022.

Ainda na seara de indicadores, o Departamento do Trabalho informou que os pedidos de auxílio-desemprego no país subiram 4 mil na semana encerrada em 21 de agosto, a 353 mil. O número superou a estimativa de 350 mil solicitações de economistas consultados pelo <i>The Wall Street Journal</i>.

Entre ações, o setor de energia acumulou a maior baixa do S&P 500 nesta quinta, seguindo os preços dos contratos do petróleo no mercado futuro. Chevron (-1,29%), ExxonMobil (-1,33%) e ConocoPhillips (-1,61%) recuaram mais de 1%.

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