Estadão

Bolsas de NY fecham em queda, em meio a dúvidas sobre socorro de bancos

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, 17, em meio a dúvidas no mercado sobre o socorro bilionário de bancos ao First Republic Bank. O cenário renovou as incertezas em relação à saúde do sistema bancário e ampliou a liquidação de papéis do setor.

No fechamento, o índice Dow Jones caiu 1,19%, a 31.861,98 pontos; o S&P 500 cedeu 1,10%, a 3.916,64 pontos; e o Nasdaq perdeu 0,74%, a 11.630,51 pontos. Na semana, Dow Jones recuou 0,15%, mas S&P 500 e Nasdaq avançaram 1,43% e 4,41%, respectivamente.

"Uma semana frenética nos mercados financeiros chega ao fim e é claro que os investidores estão muito nervosos em assumir riscos no fim de semana", resume o analista Craig Erlam, da Oanda.

A ação do First Republic desabou 33%, no dia seguinte ao anúncio de que 11 pesos pesados de Wall Street depositariam US$ 30 bilhões no banco com sede em São Francisco. A empresa tem sido uma das principais vítimas do estresse no mercado em meio à quebra de Silicon Valley Bank e Signature Bank, além das incertezas sobre o Credit Suisse.

Logo após a notícia, os negócios reagiram positivamente ao resgate na reta final do pregão de ontem. No entanto, assim que a sessão terminou, questionamentos sobre o acordo pesaram nas mesas de operações.

Hoje, a Fitch Ratings manteve o First Republic em observação negativa pelo que considera uma posição de liquidez enfraquecida.

Já o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Larry Summers argumentou que o apoio é insuficiente para aplacar os temores sobre o banco. "Os bancos se comprometeram por apenas 120 dias, enquanto o dinheiro do governo está disponível por um ano, portanto não há substância econômica óbvia", disse.

Por sua vez, o SVB Financial Group, controladora do Silicon Valley Bank, entrou com pedido de recuperação judicial ("chapter 11") em um tribunal federal de Nova York

Entre outros papéis do setor, Western Alliance despencou 15,44%, depois que a companhia informou que registrou uma retirada elevada de depósitos na segunda-feira, que teria sido revertido nos dias seguintes.

Já Bank of America perdeu quase 4%, tendo atingido menor nível desde dezembro de 2020, após o megainvestidor Bill Ackman, fundador da gestora Pershing Square, afirmar no Twitter que "está ouvindo" relatos de que o banco planeja comprar o Signature Bank na segunda-feira.

Na contramão, Microsoft e Alphabet subiram 1,17% e 1,30%, respectivamente, à medida que investidores apostam na posição dianteira das duas companhias na corrida pelo desenvolvimento de soluções de inteligência artificial. A Microsoft, em particular, anunciou que vai incorporar a tecnologia no pacote office, que inclui produtos como Word e Excel.

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