As bolsas europeias fecharam em alta nesta terça-feira, 24, após o índice dos gerentes de compras (PMI) da zona do euro sinalizar um melhora na atividade econômica do bloco monetário. O otimismo dos investidores conseguiu superar um enfraquecimento temporário observado nos mercados quando foi confirmada a queda de um avião alemão no sul da França.
O PMI composto – que mede a atividade na indústria e nos serviços – atingiu 54,1 em março, ante 53,3 em fevereiro, ficando acima da expectativa dos analistas de 53,6. Além de surpreender positivamente, o indicador mostrou a leitura mais elevada em 46 meses. O PMI mede o ritmo dos pedidos entre as empresas e é considerado um indicador antecedente sobre o ritmo da economia.
O resultado apoiou o argumento defendido ontem pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. O dirigente disse que o enfraquecimento do euro e os preços mais baixos de petróleo ajudaram as perspectivas de crescimento do bloco. Parte do otimismo na região se deve também ao início do programa de relaxamento quantitativo (QE) da autoridade monetária local, que injetará mais 1 trilhão de euros no sistema até setembro de 2016.
Com isso, o índice FTSEMib, de Milão, subiu 1,20%, para 23.333,20 pontos, e o PSI20, de Lisboa avançou 1,03%, para 6.066,93 pontos. Em Madri, o IBEX35 se elevou 1,10%, para 11.579,30 pontos.
Durante o pregão, o mercado foi afetado pela notícia da queda de um avião Airbus A320 da companhia aérea alemã Germanwings no sul da França, quando fazia a rota Barcelona a Düsseldorf. A aeronave levava cerca de 150 pessoas, que as autoridades presumem estarem mortas. A Germawings é uma empresa controlada pela Lufthansa que faz voos entre cidades europeias com passagens a preços baixos. A ação da Airbus em Paris chegou a cair mais de 2%, mas conseguiu fechar em alta de 0,52%, enquanto o papel da Lufthansa encerrou com baixa de 1,38% em Frankfurt, após cair mais de 4%. Na capital francesa, o índice CAC-40 ganhou 0,67%, aos 5.088,28 pontos, e o Dax, de Frankfurt, avançou 0,92%, para 12.005,69 pontos.
Em Londres, a expectativa de manutenção de juros baixos no Reino Unido por mais tempo, por causa da inflação fraca, ajudou a sustentar ganhos durante grande parte do pregão. Dados de inflação mostraram que, apesar da recuperação da atividade, os preços seguem estagnados. Em fevereiro, a inflação anual ficou em zero, o que mostra desaceleração na comparação com janeiro, quando a alta acumulada em 12 meses havia ficado em 0,3%. Analistas esperavam alta de 0,2%. Há um ano, em fevereiro de 2014, a alta estava em 1,7%.
Contudo, as ações da bolsa britânica fecharam em queda, pressionadas pelo setor de exploração de commodities. O principal fator para esse movimento foi a queda no PMI industrial da China, que é a maior consumidor mundial de metais básicos. O indicador caiu para 49,2 na leitura preliminar de março, de 50,7 no resultado final de fevereiro, em medição feita pelo banco HSBC e publicada nesta terça-feira pela Markit Economics. Este é o menor nível para o índice em 11 meses e sinaliza contração do setor, pois ficou abaixo da marca de 50,0. O índice FTSE 100 cedeu 0,26%, aos 7.019,68 pontos, com queda de cerca de 2% nos papéis da Rio Tinto e da Glencore.