As bolsas norte-americanas fecharam em alta nesta quarta-feira, 18, influenciadas pelo tom mais pessimista do comunicado divulgado ao final da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos).
A autoridade monetária surpreendeu os mercados ao anunciar projeções menores para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), da inflação e juros. Mesmo a retirada da expressão “paciente” do comunicado não serviu como contrapartida para a leitura de que a atual política de taxas de juro próximas de zero pode ter mais sobrevida do que os investidores esperavam.
O comunicado fez o dólar registrar o maior recuo diário ante o euro desde março de 2009, e causou um rali no mercado de títulos do Tesouro. O rendimento das notas de 10 anos foi a 1,915%, a maior queda em um único dia desde outubro, enquanto o juro da T-note de 2 anos, mais sensível às modificações de direcionamento do Fed, teve o maior recuo diário desde dezembro de 2010, quando chegou a 0,544%.
O movimento fez com que investidores voltassem a colocar seu dinheiro em ações, disse Jeff Carbone, da Cornerstone Financial Partners.
Para Brent Schutte, estrategista sênior da BMO Global Asset Manager, o mercado de ações deve ficar bastante volátil nos próximos meses, uma vez que o humor do Fed passa a depender dos dados econômicos à disposição. “Todos acham que este vai ser um ciclo de alta de juros bem telegrafado, mas a verdade é que isto não existe”, disse.
Entre os papéis de destaque desta sessão as ações da Oracle subiram 2,94% após a empresa divulgar que o lucro com uma coleção de novos softwares cresceu 29% no terceiro trimestre. Por outro lado, os papeis da FedEx recuaram 1,37% depois que a empresa anunciou uma revisão para baixo das projeções de lucro para 2015.