O governo Jair Bolsonaro ampliou o espaço do Centrão na articulação política e escolheu dois novos vice-líderes para o Congresso. O senador Jorginho Mello (PL-SC) e o deputado Eros Biondini (PROS-MG) são parlamentares que têm se mostrado fiéis ao chefe do Executivo nas votações. Com isso, o governo passa a ter dez vice-líderes, escolhidos entre os partidos MDB, PL, Republicanos, MDB, PSD, PP, DEM e PROS na Câmara e no Senado.
A liderança do governo é responsável pela articulação de projetos orçamentários e de vetos presidenciais, temas que envolvem interesses diretos do presidente que precisam ser analisados conjuntamente pelos deputados e senadores.
A ampliação das vagas ocorre no momento em que o governo tentará aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) no Legislativo, que estão com tramitação parada por causa da disputa pelo comando da Comissão Mista de Orçamento (CMO). Os grupos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do deputado Arthur Lira (PP-AL) disputam o colegiado, antecipando a eleição para o comando da Casa, em 2021.
Jorginho Mello foi procurado pelo presidente para assumir a vice-liderança do governo no Senado após o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) deixar o cargo e se afastar do mandato, dias depois de ser flagrado com dinheiro na cueca e acusado de desviar recursos da covid-19. A liderança no Senado é comandada por Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
O presidente, porém, resolveu colocar Mello na liderança do governo no Congresso, comandada pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Bolsonaro e Mello devem se reunir na próxima terça-feira para dar andamento à negociação. Em aceno ao parlamentar, o presidente deu aval para uma terceira fase do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), proposta apresentada pelo senador catarinense.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>