Estadão

Bolsonaro diz na ONU que Brasil chega ao fim de 2022 em plena recuperação

O presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), afirmou na abertura da 77ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que seu governo fez esforços de modernização da economia brasileira. "Apesar da crise mundial, Brasil chega ao fim de 2022 em plena recuperação", disse. Ele ressaltou que o País tem inflação em baixa e emprego em alta.

Bolsonaro destacou que ocorreu deflação no Brasil em julho e agosto. Ele também apontou que o custo de energia nacional não caiu devido a "tabelamento de preços ou intervenção federal", e apontou que tem tranquilidade porque sua administração está no bom caminho.

Também apontou que o agronegócio é um "orgulho nacional" e que foi iniciada a maior colheita de grãos da história do País. "Na área sustentável, o Brasil é fonte de credibilidade para a ação internacional, parte da solução e referência para o mundo sustentável."

Segundo o presidente, "dois terços de todo o território brasileiro permanecem com vegetação nativa. Mais de 80% da floresta amazônica continua intocada. É fundamental que, ao cuidarmos do meio ambiente, não esqueçamos das pessoas", destacando que na região abriga mais de 20 milhões de habitantes. "A subsistência de pessoas na Amazônia depende de algum aproveitamento econômico da floresta. Temos capacidade para ser um grande exportador mundial de energia limpa."

De acordo com o Bolsonaro, a agenda do desenvolvimento sustentável é afetada pelas ameaças à paz e à segurança internacional.

Ele também ressaltou que o conflito na Ucrânia serve de alerta. "Uma reforma da ONU é essencial para encontrarmos a paz mundial. Após 25 anos de debates no Conselho da ONU, está claro que precisamos de soluções inovadoras."

<b>Acolhimento humanitário</b>

Bolsonaro afirmou ainda que o País tem buscado atuar com bastante empenho para encontrar soluções pacíficas e negociadas de conflitos internacionais. "A política brasileira de acolhimento humanitário vai além da Venezuela. Temos também recebido haitianos, sírios, afegãos e ucranianos."

O presidente ressaltou que o conflito na Ucrânia já se estende por sete meses e gera apreensão não apenas na Europa, mas em todo o mundo.

Também agradeceu aos países que colaboraram na evacuação de brasileiros que estavam na Ucrânia quando começou a guerra. "O Brasil tem se pautado pelos princípios do Direito Internacional e da Carta da ONU sobre guerra na Ucrânia. Defendemos um cessar-fogo imediato na Ucrânia e a proteção de civis e não-combatentes."

Segundo Bolsonaro, seu governo tem tentado evitar o bloqueio dos canais de diálogo em relação à guerra no leste europeu, causado por polarização política e destacou que consequências do conflito já se fazem sentir nos preços mundiais de alimentos, combustíveis e outros produtos. "Impactos da guerra nos colocam a todos na contramão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", apontou. "Países que se diziam líderes da economia de baixo carbono agora passaram a usar fontes sujas de energia. Uso de fonte de energia suja é um grave retrocesso para o meio ambiente." Ele também apontou que apoia todos os esforços para reduzir os impactos econômicos desta crise.

O presidente também fez uma defesa indireta da Rússia na ONU, ao destacar que "não acreditamos que o melhor caminho seja a adoção de sanções unilaterais e seletivas", adotadas por países do ocidente contra o governo de Vladimir Putin por ordenado a invasão militar da Ucrânia. "Sanções têm prejudicado a retomada da economia e afetado direitos humanos de populações vulneráveis."

Ainda, Jair Bolsonaro, que atacou o PT por suas ligações do passado com os governos de esquerda da Nicarágua, anunciou que "o Brasil abre as portas para padres e freiras perseguidos" no país.

<b>7 de setembro</b>

Ainda no seu discurso, o presidente mencionou as manifestações realizadas no 7 de setembro, dia em que o Brasil comemorou 200 anos de sua independência. Segundo ele, "milhões de brasileiros foram às ruas" convocados por ele. "Neste 7 de setembro, o Brasil completou 200 anos de história como nação independente. Milhões de brasileiros foram às ruas, convocados pelo seu presidente, trajando as cores da nossa bandeira", disse, já no fim de sua fala. "Foi a maior demonstração cívica da história do nosso País, um povo que acredita em Deus, Pátria, família e liberdade", emendou.

Bolsonaro repetiu a pauta de costumes, como já esperado, ressaltando a "defesa da família, do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa e o repúdio à ideologia de gênero".

<b>Mulheres</b>

Na sequência, afirmou que seu governo tem priorizado a proteção das mulheres. "Nosso esforço em sancionar mais de 70 normas legais sobre o tema desde o início de meu governo, em 2019, é prova cabal desse compromisso", disse.

O presidente brasileiro citou ainda a primeira dama, Michelle Bolsonaro, ao falar sobre as mulheres. "Trabalhamos no Brasil para que tenhamos mulheres fortes e independentes, para que possam chegar aonde elas quiserem. A Primeira Dama, Michelle Bolsonaro, trouxe novo significado ao trabalho de voluntariado desde 2019, com especial atenção aos portadores de deficiências e doenças raras", acrescentou.

Posso ajudar?