A campanha à reeleição virou alvo de críticas dos aliados mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL). O chefe do Poder Executivo tem deixado de ouvir sugestões de integrantes do seu próprio comitê para se aconselhar com auxiliares que não têm experiência ou participação direta na campanha. Exemplo disso é a preparação para a entrevista ao <i>Jornal Nacional</i>, da TV Globo, que acontecerá nesta segunda-feira, 22. Seu QG insistiu para que ele passasse por um media training, ensaiando as perguntas e respostas da entrevista, mas Bolsonaro recusou.
O comitê de campanha espera que Bolsonaro esqueça os ataques às urnas eletrônicas, os conflitos com os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) e foque mais nas ações de governo, como o Auxílio Brasil. Fazem parte desse comitê nomes como os do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), dos ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, das Comunicações, Fábio Faria, do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, do ex-chefe da Secom Fábio Wajngarten e dos publicitários Duda Lima e Sérgio Lima. A reclamação da equipe é que o presidente diz que vai seguir os conselhos, mas depois faz diferente do que foi combinado.
Fábio Faria, que é genro de Silvio Santos, dono do SBT, principal concorrente da Globo, Wajngarten e o ministro da Economia, Paulo Guedes, acompanharão Bolsonaro na entrevista ao <i>Jornal Nacional</i>. Wajngarten saiu do comando da Secom por influência de Faria, com quem se desentendeu.
Em vídeo publicado no perfil do Twitter do ministro das Comunicações, o governo tenta passar imagem de que Bolsonaro não está preocupado com a sabatina no <i>Jornal Nacional</i>. No vídeo, Fábio Faria comenta em tom irônico: "Olha a cara do presidente preocupado hoje com o JN". Bolsonaro responde rindo e diz que vai "mandar um beijo" para o apresentador William Bonner.
No episódio da confusão envolvendo Bolsonaro e o youtuber Wilker Leão na saída do Palácio da Alvorada, na última quinta-feira, 18, quando foi chamado de "tchutchuca do Centrão" agentes do Gabinete de Segurança de Institucional (GSI) estavam com celulares na mão, fazendo gravações. Ao menos dois seguranças faziam vídeos enquanto o youtuber provocava Bolsonaro.