Estadão

Silveira usa redes sociais da mulher para promover campanha e ataques a Moraes

O deputado federal Daniel Silveira (PTB), que concorre ao Senado pelo Rio de Janeiro, usou as redes sociais da esposa, a advogada Paola Silveira, para atacar, novamente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em vídeo publicado neste final de semana, Silveira chama Moraes de "o mentiroso da República e dos Poderes" e disse que ele "não respeita nada" da Constituição. A publicação foi apagada.

"Um parlamentar federal jamais, em hipótese alguma, pode ser censurado. Tanto que eu cago e ando para as medidas do Alexandre de Moraes, porque são medidas que não existem no Direito", afirmou, referindo-se à proibição de usar as redes sociais. Pela decisão de Moraes, o deputado não pode aparecer em qualquer rede social, mesmo que por intermédio de outra pessoa. Caso ele desrespeite essa medida, haveria o restabelecimento da ordem de prisão dada pelo ministro.

Silveira foi condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão por ofender e ameaçar ministros do Supremo. O presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu a ele o benefício da graça, livrando-o do cumprimento da sentença.

Porém, a candidatura dele ao Senado é contestada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Para a procuradora regional eleitoral Neide Cardoso de Oliveira, o indulto dado ao deputado não altera o fato de ele ter se tornado inelegível.

No vídeo, o deputado afirma que está sendo "censurado" e que vai recorrer até o final para manter a candidatura. "Estou aqui justamente para disputar dentro da lei. Tenho a lei ao meu lado para disputar. Não está nada impugnado, vou recorrer até o final e sei que a gente vai vencer porque temos que vencer o mal e o mal aqui não vai vencer", declarou.

Como está proibido de publicar em seus perfis, Silveira tem usado as redes sociais da esposa, que disputa a eleição pelo PTB-RJ para deputada federal, para pedir votos. Ele também tem criticado candidatos que, na opinião dele, se aproximaram de Bolsonaro para conseguir vantagens eleitorais, como o senador Romário (PL), que tenta a reeleição.

"Não tenho nada contra o Romário, tenho contra a conveniência do momento: agora sou cristão, agora sou conservador, agora sou bolsonarista. Mas nunca foi, era sempre festa, sempre aquele tipo de libertinagem", disse.

Silveira ainda reclamou de supostas ameaças do PL a candidatos a deputado que tentam se aproximar dele. Segundo o parlamentar, esses candidatos disseram que podem perder recursos para a campanha se apoiarem a sua candidatura ao Senado.

O TSE foi procurado, mas não respondeu até a publicação dessa reportagem.

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