O presidente da República, Jair Bolsonaro, repetiu nesta quinta-feira, 7, que só não fez alterações na tabela do Imposto de Renda por conta da "desgraça da pandemia", em relação à crise do novo coronavírus. Para apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro repetiu que não é possível dar respostas e mudar o curso do País rapidamente.
"Falei que o Brasil estava quebrado, e está quebrado, na questão pública, está. Vê se os prefeitos não estão quebrados, estão no limite, pagando suas despesas obrigatórias. Tá no limite", afirmou o presidente da República.
A ampliação da isenção do IR é uma das promessas de campanha de Bolsonaro que nunca saíram do papel. Em 2019, o presidente chegou a retomar o assunto algumas vezes ao afirmar que a ampliação estava sendo estudada pelo governo.
Atualmente, quem ganha até R$ 1.903,98 mil por mês está isento de declarar o IR. A partir desse valor, os descontos são de 7,5, 15%, 22,5% ou 27,5% sobre o valor dos rendimentos. A última alíquota é aplicada para quem ganha acima de R$ 4.664,68. A última atualização na tabela foi feita em 2015.
Anteriormente, Bolsonaro chegou a dizer que gostaria de aumentar a isenção da tabela do IR para quem ganha até cinco salários mínimos até o final de seu mandato (hoje, R$ 5,5 mil). A ideia, contudo, enfrentava resistência da equipe econômica ainda em 2019, quando as contas do governo não estavam afetadas pela crise do novo coronavírus.
<b>Trump e as redes</b>
Na mesma conversa, Bolsonaro reclamou do fato do presidente dos Estados Unidos Trump ter suas contas em redes sociais bloqueadas na quarta-feira após o norte-americano instigar e elogiar os apoiadores que invadiram o Capitólio e fazer afirmações sem provas de fraude nas eleições do país. "Bloquearam o Trump nas redes sociais, um presidente eleito. Ainda presidente, tem suas mídias bloqueadas", disse o presidente brasileiro.