Usain Bolt está de volta. Em sua terceira prova no ano, sábado à noite, em Kingston, contra a maior parte dos melhores velocistas da Jamaica, ele venceu um meeting nacional com a marca de 9s88, a segunda melhor da temporada no mundo até aqui. E ele claramente poderia ter acelerado mais nos metros finais.
Se não chega a ser uma marca fantástica para quem bateu o recorde mundial em 9s58, é um resultado muito expressivo para esse momento da temporada. Desde 2012 Bolt não era tão rápido a esta altura do ano. Naquela oportunidade, correu três vezes abaixo de 9s82 antes de 11 de junho.
Mas agora os tempos são outros e Bolt, prestes a completar 30 anos, tem dificuldades com a forma física. Desde o ouro olímpico em Londres, ele só havia feito seis provas com tempos melhores do que o de sábado, três abaixo de 9s85, duas delas em finais de Mundiais.
Aliás, desde o ouro olímpico de 2012 ele não corria contra Yohan Blake, prata nos 100m e nos 200m em Londres. Em Kingston, Blake dividiu o terceiro lugar com Asafa Powell, ambos com 9s98. Nickel Ashmeade ficou com a prata, com 9s94. Ao que tudo indica, os quatro devem disputar as três vagas no Rio-2016 na seletiva jamaicana, daqui a três semanas.
A prova de sábado à noite foi uma prévia da seletiva e serviu para Bolt mostrar aos adversários que ainda é o rival a ser batido – são 1.103 dias sem derrotas. O astro largou mal, quase tropeçou na terceira passada, só passou à liderança nos 40 metros finais, e ganhou relaxado, deixando a impressão que poderia ter corrido para 9s80 baixo.
Poderia ter assumido a liderança do ranking mundial, por enquanto com o francês Jimmy Vicaut, que surpreendentemente correu para 9s88 numa prova regional na terça-feira. Femi Ogunode, nigeriano naturalizado catariano, tem 9s91.