O clima nos mercados domésticos é muito pesado nesta segunda-feira, 31, diante da informação de que o governo enviará uma proposta do Orçamento de 2016 com um déficit primário estimado em R$ 30 bilhões. Sob a ameaça de que o Brasil perca o grau de investimento, a Bovespa abriu em queda de mais de 2,0%, e às 10h38 derretia 3,04%, aos 45.718,40 pontos, renovando mínimas após uma abertura negativa em Nova York. As perdas são generalizadas, mas conduzidas principalmente pelos bancos e por Petrobras.
Em Wall Street, as bolsas de Nova York abriram em baixa há instantes, em meio à retomada das preocupações com a China e após comentários do vice-presidente do Federal Reserve, Stanley Fischer, que foram considerados favoráveis à retirada de estímulos monetários.
Os temores em relação à economia chinesa voltaram após as bolsas do gigante asiático caírem novamente hoje. O jornal britânico Financial Times publicou que Pequim decidiu abandonar a estratégia de sustentar as bolsas por meio de compras de ações em larga escala e, em vez disso, irá intensificar os esforços para localizar e punir suspeitos de “desestabilizarem o mercado”.
Voltando ao cenário doméstico, nesta manhã a presidente Dilma Rousseff comanda reunião de coordenação política, sem a presença do vice-presidente Michel Temer, que está em São Paulo, mas com a participação dos ministros que compõem a junta orçamentária Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil).
Conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sobre a previsão de déficit fiscal em 2016, Levy teria manifestado ontem preocupação com a exposição do rombo, por considerar que ele pode levar o Brasil a perder o grau de investimento.