As vendas do varejo de maio reforçam a expectativa do Bradesco de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. Além disso, o banco ressalta que já há sinais de que o PIB do período de julho a setembro também poderá cair.
Preliminarmente, a instituição prevê queda de 0,3% para o PIB do segundo trimestre e aguarda declínio de 0,2% no trimestre a seguir, com o PIB podendo fechar o ano com taxa zero.
“Para o terceiro trimestre, por ora, os indicadores antecedentes e coincidentes já conhecidos sinalizam que deveremos observar nova queda do PIB. Essa retração, ainda que bastante moderada, está sujeita à substancial revisão, à medida que o trimestre avançar”, conforme a instituição.
De fato, ressalta o banco em relatório, os ajustes ainda em curso do mercado de trabalho seguem como importante vetor limitador de uma retomada mais forte da demanda. Em contrapartida, reconhece que há outros fatores que devem favorecer a melhora do consumo, especialmente no curto prazo. O Bradesco cita, por exemplo, a desinflação dos preços de alimentos – que levam a um ganho real de renda -, melhora da confiança, queda da taxa de juros, os resgates das contas inativas do FGTS, dentre outros.
A queda de 0,1% nas vendas do varejo restrito em maio em relação a abril veio um pouco pior que o esperado pelo banco, de estabilidade, e também ficou mais desfavorável do que a mediana das expectativas do Projeções Broadcast, de alta de 0,20%. Na comparação interanual, as vendas varejistas subiram 2,4%, acumulando queda de 3,6% nos últimos doze meses.