Economia

Brasil paga US$ 5,4 bi por caças da Saab

Um dia depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff e com um valor quase US$ 1 bilhão acima do previsto, o governo brasileiro assinou com a Saab um contrato para o desenvolvimento e compra de 36 caças Gripen. O valor total do contrato chega a US$ 5,4 bilhões, superior aos US$ 4,5 bilhões mencionados durante o processo de seleção.

O acordo prevê transferência de tecnologia para a indústria brasileira. A mudança de valor estaria ligada a pedidos de adaptações do governo brasileiro. Os primeiros jatos começarão a ser entregues em 2019 e o pacote deverá estar completo apenas no ano de 2024. A concretização do negócio após anos de especulações fez bem às ações da sueca Saab, que subiram 3,8% no pregão de ontem da Bolsa de Estocolmo.

Conversas

O acordo ocorre dez meses depois de o governo anunciar a opção pelos aviões suecos, em dezembro de 2013. A escolha veio após mais de uma década de discussões ao redor de uma licitação que envolveu fabricantes americanos e franceses – dois países que, aliás, são considerados aliados políticos do Brasil mais importantes do que a Suécia.

Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Planalto chegou a anunciar que a empresa francesa Dassault havia vencido a licitação. Originalmente, o programa para substituição dos caças, apelidado de “FX2” pelo governo, data de 2001. A assinatura do contrato coloca fim a um conturbado processo. No total, segundo a Saab, a encomenda é composta de 28 caças Gripen NG de um lugar e de 8 caças de dois lugares Gripen NG.

Fabricação local

Do total da encomenda, pelo menos 15 aeronaves, incluindo todas as 8 unidades do Gripen de dois lugares, deverão ser totalmente montadas no Brasil, o que pode se reverter em investimentos para a região de São José dos Campos (SP), onde fica a sede da Embraer. Mesmo os aviões montados na Suécia, no entanto, deverão receber o acompanhamento de engenheiros brasileiros, dentro do contrato de transferência de tecnologia que se estenderá por dez anos.

“Estamos orgulhosos de estar lado a lado com o Brasil nesse programa. Existe uma longa história de sucesso da cooperação industrial entre os dois países, e este acordo histórico leva essa parceria a um novo nível”, disse Marcus Wallenberg, presidente do Conselho de Administração da Saab.

Hoje, o Gripen é usado pelas Forças Armadas de países como Suécia, República Tcheca, Hungria, África do Sul e Tailândia. “O contrato solidifica a posição da Saab como produtor aviões de caça líder mundial e reforça a nossa plataforma de crescimento”, disse Håkan Bu- skhe, presidente da Saab, em nota. Com agências internacionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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