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Cachorro de muitos donos

A insatisfação com os rumos da administração do prefeito Lucas Sanches com apenas quatro meses de gestão cresce desde o primeiro escalão atingindo até servidores concursados que, via de regra, não se abalam com mudanças políticas. A reclamação que parece ser a mesma dá conta de uma considerável falta de comando central. Ninguém sabe a que chefe obedecer ou a quem prestar contas, tantos são os que se apresentam como seus patrões.

Morre de fome

De diferentes interlocutores, ouve-se praticamente a mesma afirmação. “Todo mundo demanda, todo mundo cobra, mas cada um corre para um lado diferente”. Gente de primeiro escalão fica de olho a cada edição do Diário Oficial para verificar se seu nome não aparece entre os exonerados, quase que numa busca de alívio profissional. Tem até concursado, com dezenas de anos de Prefeitura, que já tem olhado para alguma possível oportunidade fora dali, devido ao clima péssimo que vivem nos corredores da administração.

Comando dividido

Lideranças políticas que transitam mais próximas do poder garantem que há pelo menos quatro grupos no comando, sendo apenas um deles do prefeito Lucas Sanches. O secretário de Governo, Carlos Santiago, o vice Thiago Surfista, além do presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto, seriam os outros três que têm canetas tão fortes ou até mais poderosas que o chefe do Executivo.

 

Não vai ter pedágio

Sob o pretexto de defender os interesses dos guarulhenses, lideranças políticas de Guarulhos levantaram uma bandeira contra a cobrança de pedágio, na modalidade free flow, para os guarulhenses que utilizam a rodovia Presidente Dutra. A causa até poderia ser nobre, caso já não estivesse definido, desde o processo de nova concessão vencida pela CCR RioSP, que não haverá qualquer cobrança para quem utilizar as pistas marginais. Ou seja, só pagarão pelo pedágio aqueles que utilizarem as pistas expressas.

 

Desinformados ou oportunistas

Alguns alegam que os guarulhenses serão prejudicados, já que – sem qualquer dado oficial, apenas pelo achismo – as pistas marginais, onde não haverá qualquer cobrança, ficarão congestionadas, já que os motoristas as utilizarão para fugir do free flow nas expressas. Essa tese poderia até ter alguma lógica, mas não se sustenta. Alguns fatores precisam ser considerados, mas muitos, por desconhecimento ou até por maldade, preferem o caminho do populismo barato em busca de likes e votos em eleições futuras.

 

Maior fluidez

A CCR RioSP conta com estudos que mostram que a modernização da rodovia, com a ampliação das expressas, garantirá maior fluidez na Dutra em todas as pistas. O maior uso das pistas marginais no trecho entre Guarulhos e São Paulo é histórico. As expressas foram construídas há mais de três décadas. Mas motoristas que se dirigiam de São Paulo à região central de Guarulhos nunca puderam utilizar as expressas, já que não haviam acessos antes do Viaduto Cidade de Guarulhos. No sentido contrário, o último acesso à expressa era na região do Maria Dirce. Ou seja, as expressas nunca foram utilizadas pela maioria dos guarulhenses.

Barco furado

O prefeito Lucas Sanches, para não perder a oportunidade de fazer um videozinho, embarcou na mesma onda afirmando que vai à Justiça para impedir a cobrança de pedágio para os guarulhenses, sem se dar conta que existe a opção de não pagar pelo free flow. Basta usar as marginais. A CCR RioSP nem se abalou com as ameaças. Afirmou que a decisão é contratual e deve ser discutida com o Governo Federal, além de demonstrar mais uma vez que só pagará pedágio quem quiser.

 

Sem Policiamento Municipal

Decisão liminar de 3 de abril determinou que a lei aprovada pela Câmara de Guarulhos alterando o nome da GCM (Guarda Civil Municipal) para Policiamento Municipal é inconstitucional. A decisão se baseia em preceitos constitucionais e segue decisões idênticas que já afetaram outros municípios. Em Guarulhos, o prefeito Lucas Sanches, seis dias após a decisão da Justiça, entregou 26 novas viaturas, adquiridas ainda na gestão do ex-prefeito Guti, em clima de festa já com a nova nomenclatura. Terá que repintar as viaturas. A pergunta que fica: quem vai pagar pelo serviço? Provavelmente o munícipe.

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