O candidato a governador de Pernambuco pelo PSB, Paulo Câmara, usou sua página no Facebook, nesta segunda-feira, 22, para convidar os pernambucanos a assistirem o depoimento da viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, que vai pedir votos para os correligionários no horário eleitoral gratuito da televisão à noite.
O convite está ilustrado com uma foto de Renata sentada, gravando, enquanto o filho José, de nove anos, aparece deitado no chão, perto da mãe, mas fora do foco do vídeo. No texto, o ex-secretário de Fazenda de Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no dia 13 de agosto, em Santos (SP), conta que durante sua campanha à Presidência da República Campos foi abordado insistentemente por uma jornalista que queria fazer um perfil de sua esposa. Ao que respondeu: “Saiba que você vai entrevistar não a mulher de um candidato, mas uma grande militante, um grande quadro político”.
“Renata Campos é um exemplo de mulher, de mãe e de cidadã. Sua força, sua fé, seu amor e sua consciência política nos inspiram. É essa militante que eu terei a honra de receber no meu programa eleitoral desta noite”, destaca.
O convite tem sido replicado nas redes sociais pelos militantes do PSB. A campanha, que usou fortemente a imagem de Eduardo Campos em favor do seu afilhado político, pretende carregar o tom emocional na reta final da campanha com a presença de Renata – que vinha tendo atuação discreta, de bastidor – pedindo aos eleitores para darem continuidade ao legado do político. Quando Marina Silva assumiu a candidatura à Presidência, o nome de Renata Campos surgiu forte para assumir a candidatura à vice-presidência. Ela declinou.
Parceira do projeto político do marido e sua principal consultora, Renata gravou no sábado, 20, na casa onde vive com os cinco filhos, no bairro de Dois Irmãos, no Recife. Foram duas horas e meia de gravação que rendeu um material de meia hora a ser distribuído durante as duas semanas finais da campanha.
Escolha pessoal de Campos, Câmara era desconhecido do eleitorado e aparecia em franca desvantagem no início da campanha. Com a tragédia, que matou outras seis pessoas, ele subiu nas pesquisas e ultrapassou o adversário, Armando Monteiro Neto (PTB), aliado do PT. O feito tem sido creditado à comoção que a morte do político provocou no eleitorado pernambucano, e que tem sido fartamente usada pelo PSB.
Também sob a tutela de Renata, os filhos João (20) e Pedro Campos (18) deixaram os eventos fechados para se incorporarem à campanha de rua no início deste mês. João, que só não se candidatou a deputado federal porque a mãe não permitiu – ela considerou que os estudos são prioridade no momento – , tem discursado em caminhadas, defendendo o legado do pai.