Opinião

Câmara Municipal precisa assumir seu papel perante a sociedade


Nesta terça-feira, após mais um mês de recesso parlamentar, a Câmara Municipal de Guarulhos voltou aos trabalhos, depois de um primeiro semestre muito pouco produtivo, mas bastante polêmico. Mesmo no período de férias, boa parte dos vereadores da Casa protagonizaram mais um escândalo envolvendo o Legislativo, com as denúncias realizadas pelo Ministério Público Estadual contra 12 atuais parlamentares e outros seis ex, incluindo o presidente Alan Neto (PSC).  Diante de todos esses fatos, nada mais natural que a imagem do parlamento da segunda mais importante cidade do Estado esteja bastante desgastada.


 


Desta forma, espera-se que os nobres parlamentares tenham aprendido com esses episódios e aproveitem essa oportunidade para um verdadeiro trabalho de depuração da Casa. Se houve erros, que eles sejam corrigidos. Se há culpados, que sejam punidos. Porém, a Câmara – como um todo – de forma alguma deve ser maculada. Que a justiça seja feita sem que a instituição caia em descrédito junto à população. Entretanto, isso só ocorrerá se os representantes da população seguirem em frente, realizando um trabalho que honre os mandatos que conquistaram nas urnas.


 


Nesta primeira sessão pós recesso, diversos vereadores usaram a tribuna da Casa para ratificar essa postura. De forma quase que unânime, demonstraram que pretendem trabalhar de forma coerente para resgatar essa imagem tão desgastada. Espera-se que realmente haja coerência entre discursos e prática. Que os parlamentares ajam com o discernimento necessário na fiscalização do Executivo, mantendo independência nas ações, não se curvando aos interesses em troca de favores ou cargos.


 


Neste sentido, surge um grupo inicial de seis parlamentares, auto-denominada Centrão, que pretende formar uma bancada independente, caminhando de acordo com os interesses da população, procurando – pelo menos no discurso – agir com as próprias pernas, sem levar em consideração as manobras de situação ou oposição. Capitaneados pelos vereadores José Mário (PTN) e Helena Sena (PSC), devem trilhar esse caminho Vitor da Farmácia (PSDC), Novinho Brasil (PTN), Eduardo Carneiro (PSL) e Índio de Cumbica (DEM).


 


Para tanto, os seis parlamentares devem manter uma postura ilibada, baseada em princípios éticos, que se revelem em ações práticas, já que os discursos podem facilmente cair no vazio. Não é a primeira vez que isso ocorre, porém, em várias oportunidades os atos daqueles que tentaram se tornar independente esbarraram em interesses particulares ou partidários. Vale sim um voto de confiança. Que as boas intenções prevaleçam.


 


Por mais que possa parecer utópico, talvez  preza-se que esse grupo de seis avance de forma que se torne maioria na Casa, para que as decisões tomadas ali levem em consideração os reais interesses da população e não de grupos ligados ao Executivo ou à oposição. Que a neutralidade seja encarada com responsabilidade e respeito. Por tudo isso, nunca é demais dizer: o futuro da atual legislatura depende exclusivamente da postura dos 34 atuais parlamentares.


 

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