Acusados de matar e esquartejar o zelador Jezi Lopes de Souza, de 63 anos, o publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, de 47 anos, e a mulher dele, a advogada Ieda Cristina Cardoso da Silva Martins, foram interrogados na noite desta quarta-feira, 22, no Fórum de Santana, na zona norte da capital paulista. Os depoimentos deram continuidade a uma audiência anterior, iniciada em outubro.
Antes de dar início ao interrogatório dos réus, uma testemunha de defesa prestou depoimento para o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, da 2ª Vara do Júri do Foro Regional de Santana. Depois, o publicitário foi ouvido por cerca de duas horas, enquanto a mulher dele depôs por cerca de três horas, segundo informa o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Outras testemunhas, também de defesa, foram ouvidas no Fórum de Praia Grande, na Baixada Santista, onde moram. Tanto os testemunhos de acusação quanto os de defesa serão registrados em memoriais escritos e entregues ao juiz. O magistrado, então, vai decidir se conduz o caso a júri popular ou o encaminha à vara criminal comum.
Caso
O crime aconteceu no final de maio de 2014. Após ficar desaparecido por cerca de três dias, o corpo do zelador Jezi Lopes de Souza foi encontrado esquartejado e com sinais de queimadura na casa do pai do publicitário, na Praia Grande, no litoral paulista. No mesmo dia, 2 de junho, o caso teve prisão temporária decretada.
À Polícia Civil, Eduardo Tadeu Pinto Martins confessou o crime. Admitiu ter brigado com o zelador, mas afirmou que morte foi acidental – Souza, segundo a versão de Martins, teria batido a cabeça no batente da porta.
A versão é contestada pela acusação, que afirma que Souza foi asfixiado. O motivo do crime foi uma briga por vaga na garagem do condomínio, mas o casal discutia havia algum tempo com o zelador.
Uma moradora do prédio onde os réus moravam relatou que, no dia do crime, ouviu gritos e uma discussão. De acordo com a testemunha, alguém “pedia para parar”. Ela contou ainda que viu o publicitário, morador do apartamento 111, fechando a porta de seu imóvel. A testemunha confirmou que o acusado tinha “problemas de relacionamento” com o zelador.