Estadão

Caso Bárbara Victória: acusado de matar menina era investigado por crime igual

O homem acusado de estuprar e assassinar a menina Bárbara Victória, de 10 anos, no dia 31 de julho, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, já era investigado por um crime semelhante, acontecido há dez anos, em Santa Luzia, na mesma região mineira. Como no caso de Bárbara, a menina Bianca Santos Faria, que tinha 11 anos na data do crime, em maio de 2012, saiu para comprar pão quando desapareceu.

O corpo foi encontrado em uma vala, a 1 km da casa onde ela morava, com marcas de asfixia e estupro. Na época, o acusado assassinato de Bárbara, Paulo Sérgio de Oliveira, de 50 anos, frequentava Santa Luzia para fazer "bicos" como eletricista. Quando as investigações da polícia de Santa Luzia chegaram a Oliveira, ele desapareceu da cidade. Surgiram outros possíveis envolvidos na morte de Bianca, mas o crime ainda está sem esclarecimento.

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que Paulo Sérgio de Oliveira estava sendo investigado pelo crime em Santa Luzia. O inquérito para apurar a morte de Bianca está a cargo da Delegacia Especializada de Homicídios. Após o assassinato da menina de 10 anos, a hipótese de envolvimento no caso investigado em Santa Luzia ganhou força. Mais detalhes sobre a investigação não foram dados porque há outros suspeitos. A polícia mineira vai apurar se Oliveira pode estar envolvido em outros crimes sexuais contra crianças registrados na região.

<b>Saiu para comprar pão</b>

Bárbara Victória Lopes saiu de casa, onde morava com os pais e três irmãos, para comprar pão na tarde do último domingo de julho e desapareceu. Familiares chegaram a divulgar fotos da menina e foram organizadas buscas para encontrá-la. No dia 1º de agosto, os parentes tiveram acesso a imagens de câmeras de segurança que mostraram Bárbara andando pela rua, segurando a sacola de pão. As imagens também mostram a menina conversando com um homem. Em outro vídeo, registrado à noite, o mesmo homem aparece empurrando um carrinho de mão, possivelmente com o corpo da criança.

A polícia foi à casa de Oliveira e encontrou um saco de pão parecido com aquele que Bárbara carregava. O suspeito negou conhecer a criança, mas o filho dele confirmou que o homem nas imagens era seu pai. Oliveira acabou admitindo que conhecia a família da menina, pois foi à casa da mãe dela fazer um serviço elétrico. Mesmo assim, o suspeito foi liberado após ser ouvido na delegacia.

No dia seguinte, o corpo da criança foi encontrado em um campo de futebol, a 500 metros da casa da família. A menina estava sem o calção que vestia quando desapareceu. Durante o velório de Bárbara Victória, a família e moradores de Ribeirão das Neves pediram justiça. Com medo de ser linchado, o suspeito fugiu para Belo Horizonte. Ele foi encontrado morto, enforcado, na casa de uma tia, na capital mineira. Segundo a polícia, a morte foi decorrente de suicídio.

Análise do material genético encontrado sob a unha da menina coincidiu com o DNA do material colhido do suspeito. A Polícia Civil de Ribeirão das Neves informou que Oliveira não ficou preso quando foi detido porque ainda não havia a materialidade do crime, pois o corpo da criança não tinha sido encontrado. Naquele momento, segundo a polícia, não era possível afirmar que tinha acontecido o homicídio, o que impossibilitava a prisão em flagrante ou o pedido de prisão preventiva.

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