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CBF impõe condições para dar aval à Liga Sul-Minas-Rio

A competição de clubes da Liga Sul-Minas-Rio só será disputada no próximo ano com aval da CBF se a liga promover mudanças tanto no calendário anunciado na segunda-feira quanto na relação de seus integrantes com a CBF e as federações estaduais. Além disso, a CBF não quer mais tratar do assunto com o CEO da Liga, Alexandre Kalil, que na semana passada declarou que “a casa dos 7 a 1 não quer saber do futebol brasileiro”.

O imbróglio envolvendo o aval ganhou um novo capítulo na tarde desta terça-feira. Reunidos em assembleia geral na sede da CBF, os presidentes das federações estaduais foram unânimes em dizer que não se opõem à liga e a sua competição, desde que ela respeite o que rege os estatutos da CBF e das federações. Na prática, isso já obrigaria à liga a mudar a tabela de jogos apresentada na segunda-feira, que prevê rodada nos dias 27 e 28 de janeiro, período que o calendário do futebol brasileiro reserva para a pré-temporada.

“Do jeito que está hoje, objetivamente, não é possível entrar no calendário nacional, não é possível homologar uma vinculação que, na nossa avaliação, não está respeitando os trâmites adequados”, disse o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, logo após o encontro entre os cartolas das federações.

“(A assembleia) Não se opõe à Copa Sul-Minas-Rio, não se opõe à vinculação ou homologação de uma liga, desde que a legislação brasileira, internacional, os estatutos, os calendários sejam respeitados. Nós não podemos abrir mão disso. Fazer de qualquer jeito não é um bom caminho”, insistiu Feldman.

A citação ao “respeito à legislação” foi um recado de que a liga terá que respeitar o que rege os estatutos das federações, que, entre outras coisas, dão às entidades o poder de autorizar ou não a participação de seus filiados em competições.

“O importante no futebol é a continuidade, é a perspectiva de ter um ranking dos estados que qualifiquem, do ponto de vista técnico, os participantes da competição, e não por um sistema de convites”, comentou o secretário-geral.

ROMPIMENTO – Apesar de não usar o termo rompimento, Walter Feldman deixou claro que a CBF não pretende mais discutir a liga e sua competição com o CEO Alexandre Kalil. “Nós acreditamos que a relação da CBF, do ponto de vista institucional, tem que ser com federações e clubes. Me parece um caminho mais adequado, porque eles na verdade estão na essência do problema”, afirmou.

“Eu não posso negar que o Alexandre Kalil foi bastante agressivo, dizendo inclusive que a liga sairia de qualquer jeito. Não dá, no futebol, para ter uma atividade tão complexa de qualquer jeito. Tudo precisa ter uma sintonia.”

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