A paralisação da produção da fabricante de celulose Cenibra por causa da contaminação do Rio Doce com lama e detritos liberados pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco – uma parceria entre a Vale e a BHP Billiton – vai causar um prejuízo diário de R$ 8,2 milhões à empresa, parte do grupo japonês JBP.
Segundo o presidente da Cenibra, Paulo Brant, a empresa deverá ficar parada pelo menos até a próxima sexta-feira, acumulando sete dias sem produção. Somente com a celulose que deixará de ser vendida, diz o executivo, o prejuízo será superior a R$ 56 milhões.
No entanto, ele adiantou que a companhia tem pouca esperança de retomar os trabalhos na semana que vem. Segundo ele, a equipe da Cenibra tem informações que parte da lama e dos detritos ficou retida em uma barragem da Cemig. “A lama está sendo liberada aos poucos”, disse. É possível que as perdas passem de R$ 100 milhões, afirma o executivo.
A lama e os detritos liberados pelo rompimento da barragem causaram oito mortes até a noite de quarta-feira, 11. Vinte pessoas seguem desaparecidas em Mariana e municípios vizinhos que tiveram comunidades soterradas pelos dejetos da Samarco.
O governo federal se manifestou na quarta, afirmando que a empresa terá de arcar com os custos sociais e ambientais da tragédia, como a contaminação do Rio Doce, que abastece não só a linha de produção de diversas empresas, mas também é a fonte de fornecimento de água para diversos municípios, incluindo cidades de médio porte como Governador Valadares, que tem cerca de 250 mil habitantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.