O São Paulo nesta Libertadores exige emoções até o fim, principalmente pelo pouco brilho do time. Um gol salvador de Centurión nos acréscimos salvou a equipe do vexame e da proximidade da eliminação para decretar a vitória de virada por 2 a 1 sobre o Danúbio, nesta quarta-feira à noite, no Uruguai.
Assim como no 1 a 0 sobre o San Lorenzo, no Morumbi, em março, um gol no fim fez a avaliação sobre o resultado mudar da água para o vinho por causa de um gol. Da frustração pelo tropeço, tudo virou euforia e agora a equipe espera o jogo desta quinta entre Corinthians e San Lorenzo e pode precisar apenas de um empate no clássico da última rodada para avançar às oitavas de final.
A salvação também veio aos 46 minutos do segundo tempo. Michel Bastos cruzou para Centurión cabecear no canto e decretar a primeira vitória da equipe como visitante no torneio depois de oito derrotas seguidas.
Pela postura inicial, não parecia que o São Paulo brigava por classificação. O time esperou o adversário atacar e demonstrou estar precavido de uma possível pressão que nunca esteve perto de existir. O excesso de respeito de um lado se somava à pobreza técnica dos uruguaios para fazer o jogo ficar feio.
O acanhado estádio Luiz Franzini, cuja capacidade é de apenas 12 mil pessoas, estava vazio. Fora isso, a fraca luz no gramado, principalmente perto dos escanteios, configurou a típica atmosfera de partidas pouco baladas, daquelas dignas de campeonatos estaduais.
O São Paulo era lento para atacar e cada avanço no campo adversário era mais na base da trombada e nas divididas ganhas e menos no toque de bola. A equipe parecia nervosa e insegura e embora tenha criado chances na parte final do primeiro tempo, não demonstrava apetite para ganhar.
A habitual lentidão para criar e o excesso de zelo em embelezar as jogadas faziam o São Paulo travar no congestionado meio-campo. Os dois times tinham cinco jogadores cada no setor. De tão ruim, o primeiro tempo sequer teve acréscimo.
Tudo de importante que o jogo teve ficou para a etapa final. Não faltou drama e sofrimento. A agonia começou quando Sosa acertou um petardo de fora da área. Talvez o vento e a pouca luz, ou quem sabe tenha sido apenas uma falha de Rogério Ceni, possibilitaram a bola entrar no meio do gol.
Ficar atrás no placar aos 2 minutos fez o interino Milton Cruz prontamente colocar Luis Fabiano. A desvantagem levou o time a sentir o nervosismo. O São Paulo cometeu muito mais faltas e levou mais cartões do que a equipe uruguaia. Pelo menos mostrou vontade de reagir, mesmo que isso tenha desorganizado o time.
Já mais na base da insistência. Michel Bastos cruzou da esquerda e Pato completou de cabeça. A bola continuou a “queimar” nos pés do time e cada um queria mais resolver por si em vez de buscar um jogo coletivo. Sem brilho, restou a vontade e as bolas aéreas para buscar o gol. Na tentativa final ele veio e compensou o esforço do time.
FICHA TÉCNICA:
DANUBIO 1 X 2 SÃO PAULO
DANÚBIO – Torgnascioli; Cristián González, Pereyra e Ricca; Milezi (Viana), Gravi, Formiliano (Ghan), Ignacio Gonzalez e Sosa; Fornaroli e Castro (Silvera). Técnico – Leonardo Ramos.
SÃO PAULO – Rogério Ceni; Paulo Miranda (Centurión), Rafael Toloi, Doria e Reinaldo; Rodrigo Caio (Luis Fabiano), Hudson, Souza, Paulo Henrique Ganso (Lucão) e Michel Bastos; Alexandre Pato. Técnico – Milton Cruz.
GOLS – Sosa, aos 2, Alexandre Pato, aos 15, e Centurión, aos 46 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – José Argote (Venezuela).
CARTÕES AMARELOS – Fornaroli, Dória, Reinaldo, Hudson e Gravi.
PÚBLICO E RENDA – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Luiz Franzini, em Montevidéu.