O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, enviou nesta terça-feira, 9, ofício ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pedindo acesso aos depoimentos que o ex-diretor de abastecimento e refino da Petrobras Paulo Roberto Costa prestou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, em nova rodada de investigações, sob regime de delação premiada. Em nota, a CGU cita que “o teor das declarações, a se confirmar o que vem sendo divulgado pela imprensa, poderá auxiliar nas investigações em andamento pela CGU, nas suas diversas frentes de atuação relativas à Petrobras”.
Conforme a revista Veja, o ex-diretor da estatal citou na delação nomes de 12 políticos. Na sexta-feira, o portal estadao.com.br já havia revelado que Costa citou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A maior parte dos citados já negou envolvimento em irregularidades. O inquérito foi instaurado em Curitiba (PR), onde estão concentradas as investigações da operação.
No ofício encaminhado hoje, Hage argumentou que a CGU já tinha obtido autorização judicial do Juiz Sérgio Moro para o compartilhamento de informações do inquérito da Operação Lava Jato. Agora, no entanto, como se trata de depoimento com possível acordo de delação premiada e submetido a rigoroso sigilo legal, faz-se necessária autorização específica.
A CGU argumenta, ainda, que suas diversas frentes de atuação relativas à estatal incluem auditorias e trabalhos correcionais relativos à aquisição de ativos tanto no exterior – como Pasadena (Texas) e Okinawa (Japão) – quanto no Brasil, como no caso de usinas de biocombustível. O trabalho da Controladoria também abrange os contratos com a SBM Offshore (Holanda); contratos de segurança, meio ambiente e saúde com a Odebrecht; e, ainda, contratos de afretamento de navios; entre outros.
A CGU diz que está perto de concluir o relatório preliminar em relação à compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Esse relatório preliminar será submetido à Petrobras para manifestação e esclarecimentos antes do fechamento do relatório final, que poderá trazer, entre outras providências, apuração de responsabilidades de agentes públicos e de empresas.