O Banco Central indicou nesta quinta-feira, 29, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que a probabilidade de a inflação de 2018 ficar abaixo do piso da meta (de 3%) está em 24%. No documento anterior, divulgado em dezembro, ela era de 18%. O cálculo tem como base o cenário de mercado, que utiliza projeções para o câmbio e a Selic contidas no Relatório de Mercado Focus. Já a probabilidade de o teto da meta (de 6%) caiu de 9% para 2%.
No caso de 2019, a probabilidade de estouro do teto (de 5,75%) da meta foi de 13% para 12%. Já a possibilidade de estouro do piso (de 2,75%) da meta do próximo ano foi de 15% para 17%.
O Banco Central também informou as probabilidades relacionadas ao ano de 2020: x14% de estouro do teto (de 5,5%) e também 14% de estouro do piso (de 2,5%).
A autarquia persegue meta central de inflação 4,5% em 2018, 4,25% em 2019 e 4,00% em 2020. Em todos os casos, a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
Explicações
No RTI, o Banco Central explicou as razões que levaram a inflação medida pelo IPCA nos últimos meses a ficar abaixo das últimas projeções da autoridade monetária.
Segundo o BC, o IPCA no trimestre de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018 ficou 0,25 ponto porcentual abaixo do cenário básico projetado no último RTI, de dezembro. Considerando apenas os dois primeiros meses deste ano, a surpresa desinflacionária foi de 0,39 p.p.
“O movimento de janeiro foi particularmente afetado pelo efeito da mudança da bandeira vermelha para verde incidente sobre a tarifa de energia elétrica”, detalhou o documento.
Já a inflação de alimentos, de acordo com o BC, apresentou uma aceleração maior que a esperada em dezembro e janeiro, mas surpreendeu no sentido oposto em fevereiro ao retornar para o campo negativo. Com isso, os preços dos alimentos ficaram em linha com a projeção no acumulado do trimestre.
“Os desvios da inflação medida pelo IPCA ante a projeção, ao longo do trimestre, refletiram ainda, em menor proporção, variações abaixo das estimadas de itens mais sensíveis ao ciclo econômico e pressões altistas não antecipadas nos preços de combustíveis”, completou o RTI.
Projeções de curto prazo
O Banco Central divulgou no RTI suas projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de março, abril e maio. A previsão para o IPCA – o índice oficial – em março é de +0,20%. Já a projeção para abril é de +0,33% e, para maio, de +0,26%.
No mais recente Relatório de Mercado Focus, divulgado na última segunda-feira, as projeções do mercado financeiro para o IPCA eram de +0,15% em março, +0,35% em abril e +0,32% em maio.