Economia

Chery para produção por 5 meses e VW enfrenta desabastecimento

A única fabricante de carros chineses no País, a Chery, vai suspender por cinco meses os contratos de cerca de 180 funcionários da planta de Jacareí (SP), por meio de um acordo de lay-off, e paralisar toda a produção até 5 de dezembro. A empresa alega ter estoques suficientes dos modelos Celer e QQ (este último chegará ao mercado nos próximos dias) para abastecer as concessionárias no período.

Durante a paralisação, a Chery também fará adaptações na linha de montagem para início da produção, em dezembro ou janeiro, de um utilitário-esportivo da família do Tiggo, hoje importado do Uruguai.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Antonio Ferreira de Barros, a fábrica, que ao todo emprega 400 pessoas, produz apenas 16 carros por dia. “Quando foi inaugurada (em agosto de 2014) ela fazia 26 carros por dia.”

A fábrica opera com menos de 10% de sua capacidade, de 50 mil veículos por ano. A empresa confirmou que negocia a proposta de lay-off com o sindicato mas, como ainda não foi assinada, não pode divulgar detalhes.

No Paraná, a Renault/Nissan deu férias coletivas a cerca de 150 trabalhadores das linhas dos furgões Master e Frontier a partir da última segunda-feira.

O motivo é a adequação da produção à demanda, informou a empresa, que em maio contratou 500 trabalhadores para reforçar a produção de automóveis destinados à exportação.

Sem bancos

A Volkswagen voltou a paralisar toda a produção nas três fábricas de automóveis do grupo no País, dispensando mais de 13 mil trabalhadores. O motivo novamente é a falta de bancos e estruturas fornecidos pela Keiper, do grupo Prevent.

Na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde são feitos Gol, Saveiro e Jetta, a produção está parada desde sexta-feira.

Em Taubaté (SP), as linhas de Gol, Voyage e up! não funcionaram segunda e terça. Já em São José dos Pinhais (PR), a empresa preferiu colocar os trabalhadores das linhas da família Fox e do Golf em férias coletivas por dez dias, a partir de segunda-feira, segundo informa o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região. A produção do Audi A3 também está parada.

A Volkswagen confirmou as paralisações por falta de peças, mas não deu detalhes. Não há informações se as fábricas paulistas voltarão a produzir nesta quarta.

O grupo Prevent tornou-se fornecedor exclusivo dos componentes após adquirir várias fábricas do ramo. O advogado do grupo, Cesar Hipólito Pereira, informou que “não procede” a informação da montadora de que as entregas estão suspensas.

No dia 16 de maio, a Volkswagen obteve na Justiça liminar estabelecendo multa diária de R$ 500 mil caso o fornecimento não fosse restabelecido em 24 horas. “A liminar está sendo discutida na Justiça, mas está sendo cumprida”, disse Pereira.

Segundo ele, a fábrica do grupo no Paraná está em fase de desativação em razão da queda de encomendas da Volkswagen. A produção será transferida para a unidade de Mauá (SP).

A briga comercial entre Volkswagen e Keiper se arrasta há mais de um ano. No mês passado, a Fiat também paralisou a produção em Betim (MG) pelo mesmo motivo, mas a empresa informou que negocia acordo com a fornecedora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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