Mundo das Palavras

Chico paga alto preço por sua preferência política

De nada serviram as repetidas vezes nas quais Chico deixou claro, em entrevistas, que não é petista. E, nunca foi.

Mas todo o ódio que os governos petistas despertaram em seus opositores e detratores sempre recaiu sobre ele. Porque Chico admira Lula.

Há 14 anos, quando o governo de Lula estava debaixo do massacre alimentado pelas CPIs do mensalão, um repórter da Revista Trip, ao entrevistar Chico, perguntou: “Como você vê esse momento do Brasil e do Governo Lula, em particular?”

Chico disse, inicialmente: “Não é assunto que me entusiasma, não. Mas, enfim, fazer o quê?”

Depois, destacou: “As pessoas estão muito exaltadas. A argumentação política cedeu lugar a ofensas pessoais. E, parece, isso vai se agravar, nestes meses que vêm por aí”.

Em seguida, abordou a questão da corrupção: “As notícias de corrupção, mensalão, estão na ordem do dia porque são mais recentes. Mas, elas também repetem práticas similares de governos anteriores”

E, se reportou diretamente ao PT e a outros partidos: “Claro que o governo do Lula é mais vulnerável, hoje. Porque é a vidraça. Porém, eu fico vendo este pessoal do PSDB e do PFL indignados. Peraí! Vamos falar sério, né? Vocês não podem estar tão indignados com o nível de corrupção, que não é maior do que foi no governo anterior (do PSDB)”.

Chico, porém, frisou: “Eu não quero proximidade nenhuma, com poder nenhum. Mas eu fico um pouco espantado com o grau de agressividade das pessoas. Eu conheci o grau de agressividade do PT. Eu já falava isso: tem muito chato neste PT. Ficam enchendo o saco dos artistas. Cobrando isso e aquilo”.

E fez um prognóstico: “Acho até que isto vai acabar um pouco. Porque acabou a ideia de que o PT é um partido superior aos outros”. 

Depois, falou de Lula: “Não posso dizer que estou satisfeito com o governo dele. Mas, não vejo vantagem nenhuma no governo voltar às mãos do PSDB e do PFL”.  

Por fim, Chico se referiu a si próprio. Falou do massacre que vinha sofrendo, havia dez anos, pela imprensa: “Foi muito chato. Principalmente, uma certa imprensa paulista, muito, muito agressiva. Hoje, não sei. Às vezes tenho a intuição de que algo está se armando”.

De fato, a imprensa paulista se armou. Só uma de suas publicações – a Veja – ofendeu-o, durante mais outros dez anos (de 2009 a 2019). Sempre associando-o ao PT. No entanto, quem alegou que Chico lucrou com os governos petistas, hoje, está condenado a pagar indenização a ele.

Chico ainda acredita na liderança de Lula. E para desgosto de quem atacou o artista, Chico se mantém muito influente no País. Nos âmbitos cultural e… político.

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