A China apresentou um controverso plano de alívio de dívida que poderia ajudar as companhias a reduzir seus crescentes endividamento, mas também deixar os bancos do país com menos capital.
A desaceleração econômica dificulta para as empresas a tarefa de pagar suas dívidas. Analistas estimam que as dívidas corporativas representem agora 160% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês, quando em 2008 ela era equivalente a 100% do PIB.
O plano anunciado nesta segunda-feira pelo Conselho Estatal, o gabinete chinês, permite que companhias deem aos bancos participação acionária, em troca do perdão de dívidas. Os líderes chineses têm feito da redução do nível do endividamento uma prioridade econômica neste ano e o premiê Li Keqiang circulou a ideia inicialmente em março. A proposta, porém, enfrenta resistência de executivos de bancos, segundo os quais isso seria ruim para os bancos, que ficariam com ações que não valem quase nada e com sua liquidez mais pressionada.
Além disso, alguns importantes assessores econômicos do presidente Xi Jinping advertiram que essas trocas poderiam dar alívio a empresas “zumbis”, em um momento em que algumas áreas, como a das siderúrgicas, enfrentam o excesso de capacidade.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, autoridades econômicas disseram que a troca não será obrigatória para os bancos e as empresas muito endividadas sem esperança de sobrevivência não terão chance de participar do programa. Alguns, porém, mostram ceticismo sobre se o governo deixará o mercado decidir quais empresas poderão participar da iniciativa. Alguns banqueiros disseram que essas trocas (swaps) poderiam ser permitidas apenas em escala limitada. Fonte: Dow Jones Newswires.