A perda do grau de investimento do Brasil já está precificada no credit default swap (CDS), mas o impacto para a economia e para os negócios será grande caso se materialize, na opinião do presidente do Citi no Brasil, Hélio Magalhães. “O custo do downgrade não está precificado na economia brasileira, mas no CDS 5 anos. Sem dúvida, o Brasil é muito grande. Quem quiser olhar para o mundo, no mapa, o Brasil sempre se destaca, mas a necessidade de infraestrutura é muito grande”, disse Magalhães, em evento, em São Paulo.
O presidente do Citi lembrou, porém, que o Brasil concorre com outros países na busca por investimento, como, por exemplo, a Índia, com aportes de US$ 1 trilhão, e que é um competidor forte. “Não estamos sozinhos. Competimos com outros mercados. Existe preocupação, decepção. As empresas têm projetos e estão em uma situação de espera. Mas não há situação crítica”, avaliou o executivo.
Segundo ele, a maioria das grandes companhias têm condições financeiras para suportar o momento atual e tão logo uma janela de oportunidades se abra há potencial de investimento por parte desses grupos. “Elas fizeram a lição de casa e podem dar contribuição significativa para a economia”, acrescentou.
Magalhães afirmou ainda que a conjuntura internacional mais atrapalha que ajuda o Brasil, citando a desaceleração na China. Conforme o executivo, dependendo da situação que estiver o País, a mudança dos juros nos Estados Unidos também pode impactar o Brasil.
O presidente do Citi disse também que o comportamento do investimento estrangeiro no Brasil sinaliza que há mais riscos no País com os meses de junho e julho no negativo. “A previsibilidade do Brasil está difícil. O nível de confiança está muito baixo e a rentabilidade melhorou um pouquinho. Mas, quando somamos esses três pontos, não dá condições de investidor dizer que vai entrar no País”, acrescentou.